Lideranças dos principais partidos da base governista estão fechando um acordo com o Planalto: ninguém fala mais tão cedo em reforma trabalhista. A única exceção é o projeto que regulamenta a terceirização, que já foi votado na Câmara e está no meio do caminho, esperando aprovação do Senado, há mais de um ano. Pode ser que este entre na pauta até dezembro. Outras modificações na legislação trabalhista vão ficar para as calendas.
O argumento principal dos negociadores do Congresso é na base do cada dia com sua agonia. Ninguém consegue aprovar no Legislativo tudo o que quer na hora em que quer e é preciso haver prioridades. Para o Planalto, as prioridades neste momento são, claramente, a PEC do teto dos gastos públicos, que querem votar ainda este ano, e reforma da Previdência, no ano que vem.
Se conseguirem cumprir essas metas – o que, convenhamos, será dificílimo – os governistas já se darão por satisfeitos. Limite de gastos por 20 anos e idade mínima para aposentadoria já representam revoluções em termos de ajuste fiscal. Quem conseguir isso vira santo e vai para o céu na religião do mercado.
É totalmente sem sentido, e um gesto políticamente suicida, portanto, ficar falando agora em mudar legislação trabalhista, entende a turma mais realista. Isso é assunto para quem se eleger em 2018.