O ex-presidente Lula deve estar arrependido de ter ido à posse da ministra Cármen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal. Mais ainda, pelo lugar que lhe reservaram no plenário, logo atrás do ministro Celso de Mello, que passou um histórico carão nos políticos brasileiros por usarem a política para se enriquecerem e para se perpetuarem no poder.
Decano do Supremo, Celso de Mello recorreu a seu brilhante repertório para condenar o domínio de boa parte do Estado brasileiro por organizações criminosas em conluio com setores empresariais. Sob medida para o Mensalão e, sobretudo, o Petrolão.
Sentado entre o governador Fernando Pimentel e o ex-presidente José Sarney, enquanto ouvia, Lula cofiava a barba, em um tique conhecido quando está incomodado. A seu lado, Sarney escutava com os olhos fechados, como se estivesse cochilando.
Outro provável alvo de Celso de Mello, Renan ouviu a bronca como se não fosse com ele, sem mexer os músculos faciais. Talvez o que sentia tenha sido revelado pelos seus frequentes goles em um copo de água.