O presidente agora efetivo Michel Temer deu a senha lá de Xangai, ao considerar a crise provocada pelo fatiamento da votação final do impeachment no Senado como um “pequeno embaraço”. Em Brasília, seus ministros mais chegados, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco, trataram de negar que o presidente apoiou a articulação para manter os direitos políticos de Dilma Rousseff e negaram se tratar de manobra. Com a ajuda de alguns juristas e advogados com trânsito junto ao STF, o que essa conexão China-Brasil quer agora, com urgência, é jogar água na fervura da confusão que empanou os primeiros dias do governo efetivo do peemedebista.
O Planalto e seus aliados, inclusive o irado PSDB – que chegou a ameaçar romper com o governo ao ser surpreendido pela articulação – foram avisados por interlocutores do Judiciário que estão mexendo com um vespeiro com seus recursos ao STF pedindo a anulação da segunda votação. É grande, enorme, o risco de, vencendo a tese da inconstitucionalidade do fatiamento, a votação toda ser anulada e o Senado obrigado a repeti-la sabe-se lá quando. A consequência imediata seria a volta de Temer à condição de interino ou, até, de vice – já que o Supremo não tem prazo para decidir e os 180 dias do afastamento de Dilma acabam no início de novembro.
Óbvio está, portanto, que nos próximos dias o pessoal vai tirar o pé do acelerador.