Aumento da gasolina
Os aumentos repetitivos nos preços da gasolina, álcool e diesel começaram há décadas e de lá para cá pioraram bastante. Tornou-se uma prática obrigatória dos governos, e da Petrobras, já que não conseguiram jamais estabelecer racionalmente uma política para combater a alta seguida dos preços dos combustíveis. O culpado é sempre o preço do petróleo. Situação cada vez mais dolorosa para o bolso dos brasileiros, e sem perspectivas de melhora.
Estão chegando os carros elétricos para substituírem os de motores de combustão, gasolina. Vão ajudar de que maneira? Não chove mais no país, as usinas hidrelétricas estão semi-paralisadas, os lagos e rios quase secos, peixes morrendo, pescadores desempregados. Mais um ano como os últimos e o Brasil, na pior hipótese, terá redução da distribuição de energia elétrica. E o carro elétrico brasileiro vai funcionar com que, se estiver faltando energia? Com pilhas? Com baterias alcalinas? Com empurrões?
Há uma solução simples que o governo e a Petrobras poderiam adotar, e seria de boa aceitação: decretar o aumento no valor que quiserem, mas para entrar em vigor 5 dias depois da assinatura do ato. Nesse período, os provisoriamente aliviados proprietários de veículos aproveitariam para abastecer várias vezes e cumprir seus compromissos no período. Inclusive viajando para outras cidades, fazer compras, ir à fazenda… Nesses 5 dias os brasileiros poderão encher seus tanques tranquilamente. Basta de ficar até meia noite nos postos para não pegar o reajuste do dia seguinte.
Essa providência seria um alívio para os brasileiros. Cinco dias enchendo o tanque na hora que quiser, indo para onde desejar. E encher o tanque o quanto quiser até o quinto e último dia. Aí sim, começa a vigorar o novo preço determinado pela Petrobras. E a voltar o desespero dos brasileiros (as): usar o dinheiro da comida para encher o tanque do carro.
Então a população conscientizada dará início a uma campanha nacional vigorosa: solicitar ao Congresso para alterar a lei vigente e determinar que a partir de então os decretos de aumento de preços dos combustíveis sejam fixados em determinado dia, mas só entrarão em vigor 10 dias depois. Aí sim, os brasileiros (as) terão um pouco mais de tranquilidade. E por algum tempo poderemos enganar esses que querem nos destruir.
Excesso de senhas
Pelos meus últimos cálculos, devo ter hoje 179 senhas, de todos os tipos e procedências, destinadas a identificar seus usuários, e manter sobre as atividades deles um determinado controle. Existem os nomes, mas sem as senhas, hoje eles pouco valem. Você é o Rodolfo, mas e a sua senha? Como vão saber que você é mesmo o Rodolfo?
Existem as senhas das contas bancárias; da internet; da Vivo, que não funciona; do Notebook, Netflix e Youtube; do INSS; do clube; do Twitter; da clínica; do plano de saúde; do título de sócio sofredor do Vasco. Difícil é cada pessoa conseguir gravar tantas senhas, às vezes em raras consultas. E quando acontecem os esquecimentos, elas são automaticamente canceladas e o pobre indivíduo tem que inventar outra. Que, igualmente pode durar pouco.
Senhas para tudo. Hoje talvez mais importante do que os nomes dos indivíduos. Mais senhas: da Dell; da tele-pizza; da esposa; do super-mercado; de compras pela internet; da revendedora de automóveis; da milhagem; etc. E há que decorar todas essas, caso contrário voltará o trabalho de recriá-las e novamente memorizar. Senha? – perguntam os funcionários ou servidores que nos atendem. Esqueceu? Então está cancelada. E as operações bancárias, comerciais ficam suspensas, porque o sujeito esqueceu a senha identificadora.
Faltam mais de cem senhas minhas para serem lembradas, mas basta. Ninguém mais cita o nome das pessoas, sem acrescentar: E a senha? Pessoalmente, esqueci de quase todas elas, e não adianta anotar os nomes nas atividades profissionais: só as senhas. Mas pode-se criar outras. Com quantos números? Quantas letras? Maiúsculas ou minúsculas?
Está ficando difícil criar novas senhas. As composições numéricas se esgotaram. A alteração sugerida é a utilização de uma senha para cada setor, não mais em caráter pessoal. E em pouca quantidade para cada setor de atividades: entretenimento, alimentação, finanças, transportes, medicina, construção, transportes, viagens e por aí vai. Reduzir as senhas a 3 números e 3 letras, no máximo. E o lembrete renovado: esqueceram, perderam. Hora de criar outra.
— José Fonseca Filho é jornalista