Para Jair Bolsonaro, foi uma viagem muito especial e gratificante. Como medida do êxito de um político, costumam ser apresentados os números de acordos e tratados assinados. No caso de um presidente em campanha para a reeleição, pesa mais a certeza de apoio de velhos amigos e a formação de novas alianças.
Mas, para Bolsonaro, a viagem a Nova York foi magnânima em todos os sentidos. Firmou-se como uma importante chave da expansão da presença estrangeira na América do Sul, principalmente defensor e promotor de uma “modernização” das leis brasileiras.
Diga-se que a barreira que impede a entrada da família Murdoch no Brasil – o artigo 222 da Constituição Federal – poderá ser removida com a permanência do marido de Michelle no Palácio do Planalto. Num país habituado a navegar sobre águas culturalmente rasas, é um passo surpreendente.
Para o castigado Brasil, onde o argumento do desenvolvimento e da segurança, foi uma viagem de importante contatos e grandes expectativas, graças também a fatores políticos, econômicos e sociais capazes de manter agradável a temperatura e esperançosos os ânimos. Assim, o intemperante e conturbado encaminhamento da eleição presidencial de 2022, um episódio que no passado, em frequentíssimas ocasiões, produziu abalos de escalas agitadas, foi certamente decisivo. Em todo caso, a viagem de Bolsonaro traz para a área econômica internacional, aquela nem sempre saudável nos últimos anos, algumas graves preocupações.
A derrota de Donald Trump, festejada nos quatro cantos do planeta, não constitui em absoluto um episódio longínquo para o Brasil. Ainda a principal fonte ideológica de Bolsonaro, o “Trumpismo” parece pingar avaramente no limiar de 2022.
Diplomatas americanos e europeus, neste novo momento mundial, discutem o futuro do Brasil em que procuram, sem cair no exercício fácil das previsões esotéricas a que se dedicam videntes ou cartomantes, detectar as possíveis implicações que o resultado da eleição presidencial da Pátria de Flávia Schilling pode ter no comportamento e estabilidade da economia mundial.
Após a passagem do presidente brasileiro por Nova York, investidores e estrategistas internacionais, que têm os olhos e bolsos voltados para os Três Poderes, procuram opiniões de personalidades políticas, econômicas e empresariais sobre as perspectivas dele nas eleições do ano que vem. E, se há nessas manifestações os temores de consequências desagradáveis, nem por isso estão destituídas de otimismo. Porque nos eventos econômicos, políticos e sociais que não são regidos pelas leis inflexíveis do mundo físico, sempre se pode fazer algo pela ação eficiente do engenho e arte do homem. Por que não da CIA?