O Brasil está sendo pretensamente governado pelo pior presidente eleito em sua história. Um certo Bolsonaro, que se comporta rotineiramente como moleque, desrespeitoso, mal-educado e agressivo. Antes sua morbidez era o ódio aos jornalistas, além da caça aos fantasmas de comunistas. Agora xinga a todos, cada vez com palavrões mais chulos. Está se tornando uma figurinha execrável. Se não for reeleito não será surpresa, e sim alívio geral. Mas nem um sujeito como esse, que desmoraliza as Forças Armadas, conseguirá inviabilizar nosso país.
O Brasil realmente não tem sido feliz na eleição de seus presidentes, nos últimos tempos. O exemplo do atual já é de assustar. Felizmente, entretanto, as chapas eleitorais são em duplas, com um vice-presidente para ocupar o cargo presidencial em casos de saúde, renúncia, impeachment ou acidentes de percurso. O Brasil é um país expert em impeachment, já tendo derrubado uma dupla de pilantras: Collor e Dilma.
Desastre para a Nação? Ao contrário. O vice-presidente Itamar Franco assumiu a presidência em lugar de Fernando Collor, presidente que sofreu impeachment por corrupção, e de 1992 a 1995 realizou um dos melhores governos do Brasil. Basta lembrar o Plano Real, que liquidou a maldita inflação de décadas, e desde então o Brasil tem sua economia organizada em níveis positivos de crescimento. Em seu curto governo o PIB cresceu 10%. Viabilizou planos de saúde pública e outras iniciativas na área social.
Melhor presidente da era moderna Itamar se destacou também pelo combate à corrupção e manteve a simplicidade de seu comportamento. Qualquer suspeita de irregularidade mandava investigar os responsáveis. Um ministro foi a Washington como benesse de uma empreiteira e foi demitido antes mesmo de regressar. Itamar, honesto e trabalhador, era infinitamente superior ao presidente titular impixado por corrupção.
Com a saída da Dilma Rouseff, cupincha de Lula e também premiada com o impeachment, assumiu o vice-presidente Michel Temer (2016/2018), que também fez um governo reconhecido como bom. Conseguiu aprovar a reforma trabalhista, do Ensino Médio e da Previdência no Congresso. Na área econômica reduziu o valor dos juros, do dólar, e os gastos governamentais. Promoveu a retomada do desenvolvimento com a economia reorganizada. Como Itamar, Temer também foi superior à sua antecessora e promoveu período de crescimento econômico.
Outro exemplo construtivo foi o de José Sarney, vice-presidente eleito indiretamente com o presidente Tancredo Neves, que faleceu antes de assumir. O vice Sarney assumiu a presidência. Em seu governo restabeleceu as eleições diretas e convocou a Constituinte para elaborar a nova Carta. Promoveu ainda a criação do Mercosul e várias iniciativas no setor cultural, além de se revelar como um político praticante do diálogo.
A inevitável substituição de presidentes nos casos necessários de irregularidades funciona normalmente e é acionada de acordo com o desfecho da situação política. Sem crise e de acordo com a Constituição. Hoje há pessimismo geral com a evolução da crise do país e o temperamento explosivo e provocador do motoqueiro Messias, até a realização das eleições de 22. Mas há um vice-presidente correto, atento aos exageros e necessidades do país.
O atual governo tem sido tormentoso desde o início, mas a situação hoje se agrava com perspectivas de discórdia e radicalização. Bolsonaro torna-se cada vez mais impulsivo e agora ousa fazer ameaças de não haver eleição. O motoqueiro ousará mesmo impedir a realização do pleito? Loucura para isso ele tem. Mas teria coragem?
Felizmente continua havendo um vice-presidente da República de plantão, e da melhor qualidade moral e profissional. Além de ter sido eleito, como lembra a todos, e de ser Flamengo, como mostra na máscara do rosto. Preparado e cônscio de seus deveres e obrigações, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, é um oficial e um vice-presidente atento às suas responsabilidades constitucionais.
— José Fonseca Filho é jornalista