Nos últimos três anos o Brasil conquistou 134 novos mercados para seus produtos agrícolas. Esta notícia contraria frontalmente as versões de que o País estaria sob boicote internacional devido às pressões de ambientalistas europeus e norte-americanos. A informação é da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falando na quarta-feira (4 de maio) à Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
Segundo a ministra, os produtos da agropecuária brasileira conquistaram 34 novos mercados em 2019, 74 em 2020 e, nestes primeiros meses de 2021, já estão vendendo para 26 novos fregueses. Além disso, respondendo a um questionamento do deputado Heitor Such (PSB-RS) sobre notícias de obstáculos ao andamento do Acordo Mercosul/União Europeia, Tereza Cristina foi muito franca: ”Fala-se muita bobagem sobre esse acordo”, disse, informando que as negociações estão em fase de finalização de ajustes técnicos. Ou seja: faltam pequenos detalhes para esse novo espaço de comércio exterior entrar em ritmo de negócios.
Milho, nova estrela
Ela revelou-se muito otimista com as possibilidades de incrementos no setor primário da economia. Destacou uma nova estrela no mercado do agronegócio, devido ao crescimento acelerado do mercado para o milho brasileiro, uma commodity em rápida valorização, pois é agregadora de valor em produtos de alto preço ao consumidor nos países desenvolvidos, como carnes de bovinos, suínos, frangos, peixes e leite, itens essenciais nas mesas do Hemisfério Norte. Neste sentido, de melhora dos preços, informou que ainda neste mês de maio a Organização Mundial de Saúde Animal (OIS) vai dar o selo de Zona Livre de Aftosa Sem Vacina para os estados de Rio Grande do Sul e Paraná, e ainda para o Bloco 1, integrado por áreas dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Mato Grosso. Esse selo aumenta e estabiliza as cotações das carnes produzidas nestas regiões.
Balde de água fria
A ministra Tereza Cristina, da Agricultura, despejou um balde de água fria no alarmismo. Distante das polêmicas políticas e disputas pelas narrativas nas mídias, ela apresentou dados recentes que indicam evolução nas áreas técnica e administrativa da pasta que comanda. Além destes temas de alta sensibilidade, ela falou sobre as negociações com a área econômica do governo para o Plano de Safra e outros assuntos ligados à administração da produção agrícola. Longe das câmeras, um depoimento técnico e econômico.