Está sendo uma semana normal para o povo brasileiro – isto é, de confusão intensa. Informações foram capturadas onde não seria lógico encontrá-las, outras não foram fisgadas onde haveriam de estar. As notícias políticas renderam butins variáveis e volúveis, e bastante frustrações, como de hábito. As maiores, sofridas pelo verdadeiro povo brasileiro, a falta de vacinas e as trapalhadas dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF).
As eleições de 2022 desabrocharam mais cedo, nos corredores, bueiros, porões, quartéis e, principalmente no mundo do crime. É verdade que, pelo menos na primeira floração, não vieram as cores do otimismo fertilizadas pela decisão do ministro Edson Fachin de anular a ficha criminal do ex-presidente Lula.
“Alguém precisa colocar ordem nesse galinheiro”, desabafou um “brazilianist” em Washington (DC).
O futuro do ocupante do Palácio do Planalto preocupa o mundo inteiro, principalmente os investidores estrangeiros. E, o vindouro político do Brasil está nas mãos da Casa Branca, e, por tabela, em Wall Street.
Para os observadores fora do território brasileiro, está bem claro que não haverá segundo turno entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o petista Luiz Inácio Lula da Silva. A distância entre a ilusão e a realidade, frequentemente infinita, costuma às vezes reduzir-se sonhos em tragédia. O saudoso jornalista Hermano Alves disse que “a esquerda brasileira nunca aprende e a direita é muito bem-organizada”.
O ex-presidente Lula deveria aproveitar a liberdade para consolidar a sua imagem de um dos melhores presidentes da história brasileira. O Partido dos Trabalhadores (PT), que teve a sua origem no sindicalismo, se tornou uma réplica da velha Arena, e não empolga mais diversos segmentos da sociedade brasileira. E, sem esse apoio, fica difícil – quase impossível subir a rampa em 2023.
O ex-presidente petista está brincando com a sua própria sorte. O atual ocupante do Planalto fez carreira no mundo do crime e trafega no mundo da ilegalidade, e, portanto, pensa que tem autorização para matar.
Enfim, o cidadão brasileiro que paga impostos em dia tem agora, diante dos olhos, um país completamente em chamas. Na última quarta-feira, Lula discursou após ter condenações da Lava Jato anuladas e falou que foi vítima da maior mentira jurídica. A homilia do petista ficará registrada na história brasileira.
Diversas biografias de políticos narram discursos com cheiro de funeral
No dia 4 de abril de 1968, o senador dos Robert F. Kennedy, de Nova York, fez um discurso muito emocionado várias horas após o assassinato de Martin Luther King Jr. em Memphis, no estado do Tennessee. Kennedy, que fazia campanha para obter a indicação presidencial do Partido Democrata, fez seus comentários em Indianápolis, Indiana, depois de proferir palestras em duas universidades no início do dia. O próprio Kennedy seria assassinado dois meses depois, enquanto fazia campanha para a indicação presidencial no “Ambassador Hotel” em Los Angeles, Califórnia.