Os deputados mais ligados a Eduardo Cunha dão como barbada o adiamento do julgamento de Eduardo Cunha, marcado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para a segunda-feira, 12 de setembro. Dizem eles que a sessão não terá quórum suficiente para os partidários da cassação de Cunha se arriscarem a uma derrota.
O que pode atrapalhar seus planos é a decisão de políticos e partidos favoráveis à cassação de Eduardo Cunha de usar a propaganda eleitoral no rádio, na televisão e na internet, para pedir ajuda aos eleitores para cobrar dos deputados a presença no julgamento.
O deputado Rubens Bueno, líder do PPS, diz não ter dúvida sobre o sucesso dessa estratégia:
– Depois da Olimpíada, a gente começa a mobilização. Essa pressão, em plena campanha eleitoral, vai funcionar, pode apostar.
Como o deputado André Moura, líder do governo, Rubens Bueno contabiliza dezenas de deputados federais candidatos e outros tantos que estão jogando seu futuro político nas eleições. Moura, ligadíssimo a Cunha, diz que o governo não vai trabalhar a favor nem contra. A conferir.
Se Eduardo Cunha ameaça nos bastidores, inclusive aos inquilinos do Palácio do Planalto, se pegar a mobilização na campanha eleitoral pelo julgamento de Cunha em setembro, o governo Michel Temer ficará em uma saia justa.
Pode até ser. Mas essa parada vai ser decidida pelo medo que vai prevalecer entre cerca de uma centena e meia de deputados: Se o receio das urnas por causa do desgaste na campanha eleitoral por essa fidelidade a um símbolo da corrupção, ou o temor da suposta vingança de Eduardo Cunha.