No momento em que as atenções estão voltadas praticamente só para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, bom lembrar que nova onda de contaminação pelo Coronavírus traz de volta medo e tensão aos países da Europa. Para conter a proliferação e o aumento do contágio da Covid, os governantes tomam medidas para proteger a população. O agravamento da pandemia superou a quantidade recente de vítimas na França, Austria, Itália, Grécia, Portugal e Espanha. Em outros continentes, o problema não é menor.
Em todo o mundo também segue o sofrimento. Na América do Norte, o drama é igualmente preocupante. Nos Estados Unidos, em pleno clima de eleição presidencial, os casos de mortes beiram a 230 mil. Da África e da China não se sabe os números precisos de pessoas que perderam a vida em consequência da Covid, mas com certeza são elevados. Na Índia, já são aproximadamente 130 mil óbitos. O Japão entra em estado de alerta diante dos 100 mil casos de contágio. A Austrália comemora baixo número infecções. No Brasil, já são mais de 161 mil as vítimas fatais.
A propagação do vírus levou a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, a reeditar medidas parecidas com as que vigoraram no auge do surto em seu país, há quatro meses. Nessa semana, ela foi à tevê para dizer que é precaução para evitar situação de superlotação e emergência nos serviços de saúde. Novamente os bares, restaurantes, cinemas e escolas voltam ao não funcionamento normal. Parte da população discorda das regras e vai às ruas protestar.
Na França, — país que espelha a liberdade, a igualdade e fraternidade — o presidente Emmanuel Macron, diante do volumoso aumento de novos casos de infecções, decreta medida mais rigorosa, o lockdown. Ou seja, o reconfinamento de mulheres, homens e crianças. Tal como aconteceu no primeiro semestre, com o funcionamento dos bares e restaurantes, lojas e o comércio em geral com restrições para a quantidade de clientes e horário para encerrar o atendimento de clientes. E mais, multa do equivalente a 900 reais para quem desobedecer.
Para aumentar ainda mais o tormento dos parisienses, Anne Hidalgo, prefeita da capital francesa, anunciou que pode restringir também o funcionamento dos resturantes que atendem clientes pelo sistema de delivery, ou seja, a entrega de refeições por motoboys. É que constatou-se desrespeito às normas estabelecidas. Ela diz que nos últimos dias registrou-se mais de 40 mil infecções.
Em Madri, Barcelona e demais cidades de grande porte da Espanha, depredações e manifestações contra o que chamam de “ócio nocturno” se multiplicam, tanto pelos frequentadores quanto por proprietários e empregados.
Na Itália também não é diferente. As determinações do governo se estedem ao comércio e, em consequência, ao turismo, uma das principais fontes de renda mihões de pessoas. E mais, redução do serviço de transporte público. O reflexo foi imediato: chefes de cozinha, garçons e fornecedores vão às ruas para bradar contra as normas sananitárias de prevenção. O primeiro-ministro Giuseppe Comte é contestado por manifestantes contrários às medidas que determinou. Dizem que agiu considerando mais a política que a ciência.
Na Inglaterra, os bares e restaurantes não podem agora receber mais que seis pessoas, por enquanto. O primeiro-ministro Boris Johnson — que no primeiro semestre teve internação hospitalar e se recuperou da Covid — tenta negociar com a oposição no parlamento quais medidas serão tomadas. Em Liverpool, a população vai ter à sua disposição teste gratuitos para checar a saúde. Já em Londres, os estabelecimentos comerciais que furarem as novas regras poderão receber multas que chegam ao equivalente a 70 mil reais.
Na Rússia, aconteceram mais de 20 mil casos de contaminação nas últimas 24 horas. E 366 mortes em um só dia. Há risco de desabastecimento de leite nos hospitais. O governo de Moscou informa que não adotará o lockdown, mas exigirá que todas as pessoas usem máscaras nos espaços públicos e adotará toque de recolher entre as 11 horas da noite e seis da manhã.
A República Checa soma 280 novos mil casos de contaminação. Em Viena, na Áustria, a situação se agrava na medida em que, além do drama do combate à Covid, aconteceu ataque a uma sinagoga, com mortes e destruição.
O Brasil continua com número crescente de infecções. Os óbitos e já ultrapassam a 160 mil. No estado do Amazonas, o problema retorna de maneiora grave. A capacidade de os hospitais acolherem pacientes está praticamente esgotada. Situação parecida com a do Peru, um dos países com maior número proporcionais do mundo. Na Colombia, Paraguai, Bolívia, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile a situação continua preocupante, embora estável. Nessa semana, a Argentina volta a receber visitantes, mas somente em Buenos Aires. Ainda assim, exclusivamente para quem chegar por via aérea, no Aeroporto de Ezeiza e, no desembarque, apresentar exame com teste negativo do Coronavírus.
Todos os seres humanos — aliás, quase todos — sonham e torcem pela conclusão dos estudos para que surja uma vacina eficaz contra a Covid-19.