Em tempo de campanha, todos os candidatos se movimentam pelo país. Não é diferente com Marina Silva, que concorre pelo partido Rede Sustentabilidade à presidência da República. A ex-senadora pelo Acre, esteve em São Carlos, no interior de São Paulo, para agenda intensa de debates, discursos, palestras, visitas a projetos de tecnologia e sociais, startups e entrevistas.
Questionada sobre o atual cenário político, Marina Silva criticou as alianças feitas com base em negociatas para obtenção de maior tempo de televisão. Defendeu que sejam feitas em bases programáticas e sem pessoas com histórico desabonador na gestão pública. Disse ainda disposta a debater o Brasil não apenas em período eleitoral para justificar a aproximação com o Polo Democrático e Reformista, capitaneado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas salientou que não faria aliança com o PSDB.
Marina Silva foi bastante incisiva ao criticar a atuação do Centrão, bloco formado por DEM-PP-PR-PRB-SD. Para a candidata, o grupo se apropria de todos que tentam chegar ao Palácio do Planalto, tendo participado dos governos FHC, Lula, Dilma, Temer e agora, aliando-se com Geraldo Alckmin. Mesmo que as alianças impliquem em pouco tempo de televisão, Marina comparou sua situação com a de Nelson Mandela, pois o líder sul-africano derrotou o apartheid, mesmo passando 27 anos preso.
Ela também disse esperar maior atenção da população e da mídia em relação às notícias falsas, para evitar que a campanha de 2018 assemelhe-se à de 2014. Para a ex-senadora, a última eleição foi uma fraude eleitoral, guiada pela violência política e abuso do poder econômico, com os dois candidatos que disputaram o turno final (Dilma Rousseff e Aécio Neves) diretamente envolvidos nos escândalos descobertos pela Operação Lava Jato.
*Victor Oliveira, mestrando em Instituições, Organizações e Trabalho (DEP-UFSCar). E-mail: ep.victor.oliveira@gmail.com