O presidente em exercício da República, Michel Temer, bem que pediu o apoio do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), para ajudá-lo a escolher um candidato de consenso na eleição do novo presidente da Câmara.
O problema é que, desde o jantar que manteve com o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Palácio do Jaburu no último domingo, Michel Temer está convencido de que este consenso passa pela escolha de um nome que tenha o apoio do Cunha.
Cunha domina o chamado Centrão, bloco parlamentar composto de 12 partidos liderados por PP, PR, PSD e PTB.
Aécio Neves até concordou com esta avaliação. Mas ainda não conseguiu convencer a bancada de deputados do PSDB a trilhar este caminho. As principais resistências partem dos tucanos ligados ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Tanto Aécio como o Palácio do Planalto têm dito a aliados que o PSDB será decisivo na eleição do sucessor de Eduardo Cunha. Mas os deputados do partido estão divididos.
No momento, a maior parte da bancada acha que não deve ser eleito, de jeito algum, um candidato ligado a Eduardo Cunha. E até admite negociação com o PT e o PSol na definição deste nome.
Um grupo menor, ligado a Aécio, acha que a prioridade é a aliança em torno de Temer, com chances de se conseguir o compromisso do PMDB, do DEM e do Centrão para que um tucano assuma a presidência da Câmara em 2017.