Nunca antes na história do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) estiveram tão juntos.
Tem a questão institucional, é claro: Temer é presidente licenciado do partido e Jucá o presidente em exercício, cargo que o titular pode requerer a qualquer momento.
Mas tem também a questão da expectativa de poder. Há quem diga que a expectativa de poder traz mais poder que o próprio poder. E a ausência dela é um desastre! Que o diga a presidente Dilma Rousseff…
E também que o diga o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Seu mandato à frente da chamada Câmara Alta termina este ano, e o provável futuro presidente da República, Michel Temer, nunca foi propriamente um aliado.
Daí porque Temer se aproximou tanto de Jucá: para manter Renan cercado, ilhado, durante todo o processo de impeachment da presidente Dilma.
Para isso, vai usar e abusar de Jucá: o senador foi o primeiro a pressionar Renan para apressar prazos de tramitação do impeachment. Agora começa a pressionar a bancada para fechar questão pela abertura do processo.
O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), não tem muito o que fazer. É candidato a presidente do Senado e, caso se oponha a Temer, corre o risco de ser atropelado. Está, portanto, largando Renan e Dilma à própria sorte.
O resultado da brincadeira é que Renan está cercado. E ele era peça-chave da presidente da República na resistência ao impeachment.