Rei morto, rei posto.
Com os deputados já convencidos de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha terá seu mandato cassado — ou pelo plenário, ou pelo Supremo Tribunal federal — já começam a se colocar os candidatos à sua sucessão.
O escolhido terá um mandato tampão que deve variar de seis a oito meses, até fevereiro do ano que vem, dependendo de quando Cunha perder oficialmente o mandato.
O chamado Centrão, bloco de 12 partidos liderados por PP, PR, PSD e PTB com forte influência de Eduardo Cunha, é que mais deve sofrer com o enfraquecimento do deputado.
Cresce na Câmara um consenso de que é preciso um nome capaz de unir o máximo de partidos, incluindo a esquerda e a chamada direita, mas sem qualquer ligação com Eduardo Cunha.
“Acho que é possível juntarmos do PT e do PSol ao PSDB, passando pelo DEM, para escolher um nome de credibilidade na Casa”, afirma o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).
“Penso da mesma forma. Dá para encontrarmos um nome comum, desde que não seja ligado ao Eduardo Cunha”, comenta o líder da Rede na Câmara, Alessandro Molon (RJ).
“Nem se trata de pensarmos um nome agora. O importante é formar um grupo para discutir princípios e, depois, surgirá alguém com trânsito amplo”, diz o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), ele próprio um possível candidato.
A falta de trânsito nos partidos esquerda enfraquece de uma só vez os três nomes mais fortes do Centrão, Rogerio Rosso (PSD-DF), Jovaiir Arantes (PTB-GO) e Fernando Giacobbo (PR-PR). Dentro do bloco, surge como opção, neste caso, o deputado Esperidião Amin (PP-SC).
“Não aceitamos o Centrão do Cunha. Mas também não consideramos o Esperidião como um deputado do Centrão. Este é um nome sobre o qual podemos conversar”, argumenta Silvio Costa (PTdoB-PE), que foi vice-líder do governo Dilma Rousseff na Câmara.
No DEM, já há dois candidatos, Rodrigo Maia (RJ), mais ligado ao governo, e José Carlos Aleluia (BA), com maior trânsito na oposição.
Mas, no PSB, o partido já está em franca campanha por um único nome da bancada, com transito entre os partidos de esquerda e até no Centrão, Julio Delgado (MG).
Enfim, nem bem esfriou a cadeira de Eduardo Cunha e seu lugar já está praticamente ocupado. Só falta a eleição.