O titular da Secretaria de Previdência, Marcelo Caetano, economista do IPEA, é bem reconhecido pelas suas qualificações técnicas por seus colegas da Esplanada dos Ministérios, mas a dúvida é se terá “jogo de cintura” para negociar com as centrais sindicais e parlamentares do Congresso a reforma da Previdência Social.
Marcelo Caetano, segundo fontes do Ministério da Fazenda, sabe trabalhar com número e é reconhecido pelo modelo que desenvolveu de projeção de gastos com beneficiários, o que permite calcular o déficit futuro da Previdência. Seus colegas da área econômica estão seguros de que Caetano fará um diagnostico eficiente sobre o buraco da Previdência no prazo de 30 dias como determinou o ministro Henrique Meirelles, mas acham que ele não tem habilidade de convencer e negociar com seus interlocutores. Uma outra pessoa, segundo a fonte, terá que fazer este trabalho.
A outra constatação é de que que o atual olhar para a solução dos desequilíbrios é muito economicista e com pouca visão da doutrina previdenciária. No passado, a Fazenda já tentou quatro vezes fazer a reforma previdenciária, mas em todas fracassou por não conseguir entender a cultura e o gerenciamento da administração da previdência.
Ninguém tem dúvida, dentro da área econômica do governo, de que é necessário aumentar a idade de aposentadoria para que o benefício possa ser pago no tempo de vida do aposentado. A única dúvida é como fazer. Técnicos da equipe econômica defendem a não-constitucionalização da regra, a fim de que se permita um ajuste na idade de aposentadoria, na medida que a população vá envelhecendo.