O PMDB da Câmara não foi incluído no acordo entre o Palácio do Planalto e o PSDB para a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) a presidente da Câmara neste mandato tampão que vai até 1º de fevereiro de 2017. Mas ficou de convencer a bancada até lá.
E vai convencer. Afinal, o poder tem seus sortilégios…
O acordo foi já deixado bem claro pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), aos deputados do seu partido: a bancada tucana apoiaria agora o escolhido do Planalto e, em troca, o governo apoiará o candidato do PSDB a presidente da Câmara no biênio 2017-2018.
O escolhido do Planalto foi Rodrigo Maia, e o apoio dos tucanos foi fundamental para a sua vitória, tanto que o novo presidente da Câmara, em seu primeiro ato, resolveu ir pessoalmente ao gabinete de Aécio agradecer.
A bancada do PMDB não gostou muito de ser excluída, ameaçou rebelar-se — com a candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI) contra Rodrigo Maia — mas hoje sabe que não teria como manter uma aliança estável com o PSDB e o DEM tendo consigo as presidências da República, da Câmara e do Senado ao mesmo tempo.
Enquanto isso na bancada do PSDB na Câmara, o nome do sucessor de Rodrigo Maia já está praticamente escolhido. Trata-se do atual líder do partido na Câmara, Antônio Imbassahy. Ele foi prefeito de Salvador, pefelista e aliado de Antonio Carlos Magalhães, mas hoje é considerado no partido um tucano de velha cepa.
Foi eleito líder com o apoio inicial de Aécio Neves e, depois, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em disputa com Jutahy Magalhães Junior, seu amigo e também da Bahia, mas apoiado pelo senador José Serra (PSDB-SP) na eterna disputa Serra-Aécio pelo controle do PSDB.
Habilidoso, Imbassahy ganhou. Mas costurou a pacificação na bancada.
Nesses últimos dias, participou de todas as negociações para a eleição de Rodrigo Maia. Hoje, se você perguntar a qualquer deputado do PSDB quem será o candidato da legenda ao comando da Câmara, todos dirão que ainda é cedo, mas que o favorito é mesmo ele: Antônio Imbassahy.
Sua escolha conta ainda com as bençãos do hoje poderoso ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), e do principal cacique nacional do DEM no momento, o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto. Geddel e ACM Neto costuram uma aliança do PMDB com o DEM e o PSDB nas eleições municipais deste ano e para governador, em 2018. Tendo Imbassahy e Jutahy como os fiadores da aliança no PSDB baiano.