O governo está na oposição

“Falo em nome do governo. O governo quer aprovar todos os projetos que aumentam salários de servidores”, declarou o vice-líder do governo, Silvio Costa (PTdoB-PE), ontem à noite, na tribuna da Câmara, em meio à votação do regime de urgência para o projeto de lei que aumenta os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Suas excelências terão seus salários aumentados de R$ 33 mil para R$ 39 mil, aproximadamente. Um impacto de “apenas” R$ 710 milhões/ano no gastos públicos.

Antes, o plenário aprovou urgência para a reestruturação das carreiras do Ministério Público Federal, também com aumentos salariais. Junto com o aumento dos salários dos servidores do Judiciário — cuja urgência foi aprovada na semana passada — isso causará um impacto de cerca de R$ 6 bilhões/ano.

O líder do PT na Câmara, Afonso Florence, foi ao microfone dizer que a seguir vem o aumento para os funcionários da Advocacia Geral da União (AGU).

Os partidos e deputados oposicionistas, que tanto defenderam esses aumentos – e até aprovaram alguns – durante o último ano do governo Dilma Rousseff,  protestavam nos bastidores.

Agora a oposição já se comporta como governo, mas não tem como se declarar publicamente contrária aos aumentos salariais, depois desse longo período de pautas bombas.

O acordo foi aprovar agora as urgência para votação, mas só votar o aumento de salários daqui a umas duas semanas. Depois que a presidente Dilma Rousseff estiver afastada do cargo.

Aí, quem sabe os tempos são outros e um pacote Temer-Meirelles poderá barrar os aumentos…

 

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