O senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) confidenciou a alguns senadores que a meta de déficit fiscal do Tesouro para 2017 “deve ficar em torno de R$ 160 bilhões”, segundo ele apurou no Palácio do Planalto.
Jucá deixou de ser ministro, mas manteve seu secretário-executivo, Dyogo Oliveira, como ministro interino, contra a vontade do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O anúncio da nova meta poderá ser feito hoje à noite, logo após a reunião que o presidente Michel Temer terá com a equipe econômica, o núcleo político do Palácio e líderes da base aliada.
A decisão será anunciada como uma arbitragem salomônica do presidente Michel Temer na disputa da área política com a área econômica do governo.
O ministro Henrique Meirelles queria acenar para o mercado com um déficit menor– de R$ 150 bilhões –, enquanto o núcleo politico defendia abertamente maior folga no Orçamento, mantendo a meta de R$ 170 bilhões que foi definida para 2016.
Apesar do discurso salomônico, a verdade é que se trata de mais uma derrota de Henrique Meirelles nas disputas com a área política neste período que antecede a votação do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.
O ministro da Fazenda também era contra o que considera gastança que está sendo feita com o reajuste generalizado de salários do servidores públicos e também contra os termos da renegociação das dívidas dos governadores determinada pelo Palácio do Planalto.
Meirelles ainda tem esperança de conquistar os R$ 150 bilhões de meta para o déficit público na reunião dessa noite.
É esperar para ver.
(Atualização às 22h55: a reunião terminou sem acordo entre Meirelles e a área política. Ficaram de decidir nesta quinta-feira)