O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), conversou com Os Divergentes com calma na madrugada desta terça-feira para quarta-feira, durante a votação da pronúncia do processo de impeachment contra a presidente da República afastada, Dilma Rousseff.
No Cafezinho do Senado, Aloysio previu que ainda haverá um período de “hipoteca da interinidade” do governo Michel Temer até a aprovação definitiva do impeachment, no final do mês.
Mas, confiante de que não haverá o retorno de Dilma, o senador desfiou as principais apostas do Palácio do Planalto em relação ao Congresso até o final do ano.
Avaliou que, com a saída definitiva da presidente, poderão ser abertos até canais de diálogo entre situação e oposição – “Nem o próprio PT conversava direito com a Dilma” – e fez autocritica da postura do PSDB no Congresso no período das chamadas pautas-bomba:
“Foi um erro aprovarmos aquele reajuste enorme para o Judiciário; assim como termos votado contra a aprovação do fator previdenciário, que era uma forma correta de ir ajustando aos poucos a Previdência.”
O líder anuncia que, após a aprovação do impeachment , ainda este ano, o presidente mandará ao Congresso dois projetos polêmicos: o primeiro já é esperado, a reforma da Previdência; o segundo promete trazer barulho, a reforma das Leis Trabalhistas.
E uma terceira reforma, a política, centrada na proibição de coligações proporcionais e e na volta da cláusula de barreira para limitação do número de partidos políticos.
As prioridades de votação, por enquanto, são estas que já estão postas na pauta do Senado – Projeto de lei da securitização dos créditos tributário e proposta de emenda constitucional da Desregulamentação das Receitas da União (DRU) – e aqueles que estão para chegar da Câmara: o PL da renegociação das dívidas dos Estados; e a PEC do teto do gasto público.