Candidata do PMDB a prefeita de São Paulo, a senadora Marta Suplicy tem acompanhado os humores do eleitorado com a lupa das pesquisas internas do partido.
Comemorou, por exemplo, a indicação de que o fracasso da presidente Dilma Rousseff no governo federal não abalou, para os paulistanos, a visão de que uma mulher pode se sair bem na administração da coisa pública.
Também tem comemorado resultados segundo os quais está bem melhor, junto ao eleitorado da periferia, do que o prefeito Fernando Haddad.
O que mais assombra nas pesquisas é o carimbo da traição. No caso do PMDB, pelo fato de costumeiramente abandonar governos em ocaso e se juntar a novos parceiros. No caso de Marta, por ter trocado o PT, ou mesmo por ter se separado do ex-senador petista Eduardo Suplicy, um campeão nas pesquisas na imagem de bom moço.
Suplicy, aliás, é o grande temor de Marta na campanha eleitoral. Tem dado sinais de que, diferentemente de outras eleições, desta vez está disposto a fazer campanha contra sua ex-mulher.
Como ontem, numa audiência pública do Senado realizada no Sindicato dos Químicos de São Paulo. Suplicy simplesmente resolveu provocar o público contra sua ex-mulher – embora a tenha chamado de “mãe querida de meus filhos”.
O ex-senador perguntou ao público: “Quem aqui votou na candidata que apoiava os trabalhadores e que depois mudou de lado?” E acrescentou: “Ela deveria votar contra ou a favor do impeachment?”.
Por que isso? Segundo Suplicy disse aos presentes, foi “só para que ela saiba a vontade dos trabalhadores de São Paulo”.
Mas marqueteiros e aliados da senadora desconfiam de que foi um recado claro: Suplicy ameaça se tornar o principal cabo eleitoral do prefeito Haddad na desconstrução da candidata Marta Suplicy.
Por enquanto, o PMDB torce para um trabalho interno da candidata junto aos filhos, para convencerem o pai a não atacá-la.