De olho no Congresso, Temer é obrigado a manter gastos

Em 23 de maio, Temer, Meirelles e Geddel foram ao Senado entregar a Renan o projeto de ajuste fiscal. Foto Orlando Brito

Essa entidade chamada mercado já deve estar apreensiva.

O presidente em exercício, Michel Temer, decidiu adiar o envio ao Congresso do projeto de reforma da Previdência, por falta de acordo com os sindicalistas. A ideia era mandar neste mês de junho. Se tudo correr bem, o projeto será enviado no mês que vem. Depois começa a fase de negociação com o Congresso…

O governo também decidiu abrir os cofres para subsidiar reformas de moradias e para destravar obras do PAC. Um gesto de simpatia com empresários, o povão e os políticos para ajudar a enfrentar os tempos difíceis que vêm por aí.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, encontrou dificuldades no Planalto para estabelecer o prazo de vigência do teto de gastos da União no Orçamento. Meirelles queria dez anos, mas pode ter que se contentar com menos, porque o ministro de Governo, Geddel Vieira Lima, avalia que quanto maior o prazo mais dificuldades terá no Congresso.

O Congresso, o Congresso…

Foi esta mesma a dificuldade encontrada pela presidente afastada, Dilma Rousseff. Quanto mais resistências encontrava no Congresso, mais tinha que ceder, pior ficavam as contas públicas e mais mal humorado deixava o mercado.

Temer depende do Congresso não só para aprovar projetos de interesse do governo. Depende, principalmente, para confirmar, nos próximos meses, sua permanência no cargo com a aprovação definitiva do impeachment de Dilma Rousseff.

Até lá, o jeito é ceder e pedir paciência ao mercado.

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