O vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), amanheceu o dia na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Jucá usou de toda sua argumentação para tentar convencer Renan da necessidade de apressar no Senado o processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os argumentos foram desde a importância para o PMDB de Temer asssumir a vaga de Dilma, a unidade do partido, até a necessidade de apressar uma solução para a crise econômica do país.
Diante da resposta de Renan de que precisa estudar o assunto com “muito cuidado”, Jucá acionou o maior interessado em apressar a saída de Dilma: o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer.
Temer respondeu que ainda hoje vai procurar Renan.
Também o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — quando esteve com Renan no início da tarde — para entregar o processo de impeachment cujo parecer pela admissibilidade foi aprovado ontem pelos deputados — argumentou sobre a “importância para o país” que o processo sobre o impeachment termine rapidamente.
Mas Renan, como na conversa com Jucá, fez cara de paisagem.
Renan nada ganha com a correria. Enquanto o processo se arrastar, Michel, Dilma e os principais protagonistas da política no Brasil estarão na sua dependência. Mas ele também não quer se acusado de arrastar o processo, contra os interesses de seu partido.
Pretende se amarrar às interpretações dos técnicos do Senado sobre a Constituição e aos acordos entre os líderes partidários.
Na linha das interpretações técnicas, hoje ainda o presidente do Senado tem encontro marcado com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandoviski. Entre outras coisas, quer estar seguro sobre a forma e o momento extato segundo o rito constitucional, que o Senado Federal deve ser presidido pelo chefe do Judiciaário durante o julgamento de Dilma Rousseff.