No artigo “A primeira escorregada de Temer” — em que Helena Chagas critica aqui em Os Divergentes o fato de Temer não ter nomeado nem ministros negros, nem mulheres — Há um comentário muito interessante do leitor que se assina Marcos.
Um outro leitor, chamado Mário Sérgio, havia criticado o artigo, dizendo que se espera do ministério não é ter negros ou mulheres e sim competência e honestidade. E que mais condenável foi Temer ter nomeado ministros corruptos.
Bem, o Marcos respondeu ao Mário Sérgio com cálculos matemáticos segundo os quais não foi mera coincidência o fato de faltarem mulheres no Ministério. Veja só:
“O fato apontado é interessante, Mario. Dado que as mulheres são tão competentes quanto os homens, esperar que elas apareçam em igual proporção na gestão do governo é uma consequência óbvia. Nos levando às perguntas: por que elas não aparecem mesmo que em proporção mínima? pode ter acontecido uma escolha ao acaso, considerando as capacidades dos políticos e sua adequação ao cargo? Qual a probabilidade de uma escolha aleatória só incluir homens nos ministérios?
Considerando apenas a câmara como local de escolha (sei que não foi assim, mas como forma de simplificar o cálculo adotarei esse pressuposto), lá existem 52 mulheres em um total de 513 deputados. Ou seja, homens são 89,86%. O que parece favorecer a teoria de escolha imparcial (sem ser sexista). Porém, Temer escolheu 23 ministros. Assim, a probabilidade de não haver mulheres na escolha será de 89,86% elevado a 23. Resultando em 8,56%
8,56% de probabilidade da escolha ser aleatória e não sexista
Assim, se afirmarmos que a escolha de Temer foi tomada de forma machista teremos 91,44% de chance de estarmos certos…
P.S. Cada um aposta na probabilidade que achar mais interessante, mas geralmente (se você não for um engenheiro da Concremat) a matemática é clara.