Os advogados de defesa do ex-presidente Lula planejam entrar no Supremo Tribunal Federal com uma ação de exceção de suspeição contra o juiz Sérgio Moro.
Na prática, trata-se de um pedido para que o processo contra Lula seja retirado das mãos do juiz paranaense, sob o argumento de que Moro perdeu a condição de imparcialidade no caso, necessária para manter-se como julgador.
É a mesma argumentação que usaram ao dar entrada, no início do mês, em petição que apresentaram ao próprio Moro.
Os advogados esperavam a resposta do juiz para a possível ação no Supremo Tribunal Federal. Como Sérgio Moro demorasse a responder à petição, o advogado Cristiano Zanin Martins deu entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, publicada nesta sexta-feira, 22, tornando públicas suas argumentações.
Sérgio Moro, então, respondeu à petição na própria sexta-feira. O juiz disse, em despacho, que não se considera suspeito para conduzir o julgamento do ex-presidente. Moro afirmou que a defesa de Lula confunde “sua inconformidade com as decisões judiciais com causas de suspeição”.
Em resposta ao despacho do juiz, os advogados distribuíram nota ontem à noite em que afirmam: “A defesa apresentada por Moro, todavia, apenas deixou ainda mais evidente a sua parcialidade em relação a Lula, pois a peça: (a) acusa; (b) nega, de forma inconsistente, as arbitrariedades praticadas; (c) faz indevidos juízos de valor; e, ainda, (d) distorce e ignora fatos relevantes.”
No finalzinho da extensa nota, o recado:
“Ao deixar de reconhecer que perdeu a imparcialidade para julgar Lula, diante de tão relevantes fatos, o juiz Moro comete inequívoco atentado contra a Constituição Federal (..). Os advogados de Lula tomarão todas as providências necessárias para que seu cliente não seja submetido a novas arbitrariedades.”
Ou seja: só estavam esperando a resposta para ir ao Supremo Tribunal Federal (STF), que é onde se julgam atentados à Constituição.