Acredite se quiser. A bancada do PSDB na Câmara tentou ontem convencer o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a voltar atrás na autorização para o reajuste dos servidores públicos aprovados nesta madrugada pela Câmara.
Mas o ministro, encarregado de comandar o aperto nas contas públicas, insistiu na gastança. Ao que tudo indica, para obter a aprovação da Desvinculação da Receitas da União (DRU), votada logo a seguir aos reajustes.
A soma de todos os aumentos salariais aprovados para várias carreiras pode gerar impacto de mais de R$ 50 bilhões em quatro anos nas contas públicas. Para servidores do Judiciário, o reajuste variará entre 16,5% e 41,47%.
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), levou um grupo de deputados para convencer Meirelles de que não era apropriado autorizar o aumento de gastos ao mesmo tempo em que deverão ocorrer cortes em vários setores de interesse da população.
Diante da insistência de Meirelles, eles deixaram claro que não aceitarão cobrir um eventual rombo com aumento de impostos.
Dois deputados do PSDB que estiveram com o ministro falaram a Os Divergentes. Marcus Pestana (PSDB-MG) e Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) disseram não entender a motivação do ministro. O site também ouviu outro deputado governista, Arnaldo Jordy (PPS-PA). Segundo ele, como o presidente Michel Temer deu aval ao reajuste, o Congresso se sentiu à vontade, “mas foi um erro, num momento de crise em que só os bancos têm a ganhar”.
Assista ao relato dos deputados.
https://youtu.be/ONF5P8XTLjc