O último 2017 do resto de nossas vidas

Noite de festa na capital do Brasil: os fogos de artifício iluminam a Catedral de Brasília em anos passados - Foto Orlando Brito

2017 consolidou o que 2016 estabeleceu. 2016 foi o ano da infâmia. 2017, da desonra. 2018, pra mim, é o ano da esperança. Sim, eu tenho esperança.

E não importa que a minha esperança seja diferente da sua. Me permita divergir de você. E mesmo assim ser feliz. Eu tentei em 2014 e você não deixou.

Vamos combinar assim: você me deixa ser feliz do meu jeito, eu te deixo ser feliz do seu. Ainda que nossos sonhos sejam bem diferentes. Ainda que tenhamos pensamentos diferentes na cabeça, cores diferentes na alma, amores diferentes no coração.

Porque é assim, querido amigo, querida amiga. Divergir é normal. É só crescer diferente, amadurecer diferente, viver diferente, sem que ninguém tenha que se sentir diminuído, menor, inferior. Discordar não é desqualificar, ofender, aniquilar. É entender que existe o diferente, o contrário, até o adversário. O oposto. Mas não o inimigo.

Que eu respeito sua fé, e você a minha. Que eu aceito sua cor, e você a minha. Que você aceita minha posição sexual, e eu a sua. Meu time de futebol. Minha escola de samba. Meu signo. Meu gosto musical. Minhas manias bobas. E não nos achamos vitoriosos ou derrotados por isso.

Se sou diferente de você, não estou errado. Não devo ser xingado, ou humilhado, ou hostilizado. Ou eliminado.

Não quero te convencer a nada. Mas se quiser conversar, aceito. Dialogar. Sem me impor.

Siga seus ideais. Me deixe seguir os meus. E assumamos nossas posições. E suas consequências. Fiquem todos bem.

Que 2017 nunca mais se repita – nem em forma, nem em conteúdo.

Fui até 2018 e não volto.

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