Se você ficou acordado até mais tarde na noite desta quinta, 02, e madrugada de sexta, 03/08 – como eu, no caso por dever de ofício -, e viu a coletiva de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB e do reptiliano Centrão, na GloboNews, perdeu um “programão”. A noite desta quinta estava reservada para o capitão-deputado Jair Bolsonaro, em um sorteio feito e aceito pelo comitê de todos os candidatos com ampla antecedência. Na véspera, haviam entrevistado Ciro Gomes. Antes, Marina Silva e Álvaro Dias.
Na abertura da entrevista com Ciro Gomes na Globonews, na véspera, em longo enunciado, a “mediadora” Miriam Leitão leu, pausadamente, um comunicado: o pré-candidato do PSDB à Presidência aceitara, a pedido de seu rival do PSL, trocar o dia de sua sabatina. “A campanha de Jair Bolsonaro nos informou que por um problema de agenda (!) não poderia vir amanhã (quinta), como previsto, mas que seria possível comparecer na sexta-feira, data em que estava prevista entrevista com o candidato Geraldo Alckmin. (…) A campanha de Alckmin, em benefício do debate, aceitou a troca de datas, depois de reagendar vários compromissos de campanha”, explicou Miriam. Era um golpe.
O “problema de agenda” de Bolsonaro era estar, no mesmo horário em que Alckmin falava ao vivo no programa Central das Eleições, da TV paga Globonews, numa transmissão live (ao vivo), por suas redes sociais – Facebook e YouTube, concedendo uma entrevista para uma claque bem treinada. Os blogueiros de direita Allan dos Santos, Bernardo Küster e Flávio Morgenstern, o economista de estimação Paulo Guedes, coordenador do programa de governo do candidato, e o próprio filho e deputado estadual Flávio Bolsonaro. Os eleitores enviaram perguntas ao vivo, devidamente editadas. A transmissão, na prática, concorreu com a participação de Geraldo Alckmin na Globo News. Chamado de “O Brasil entrevista Bolsonaro”, o programa bombou no Twitter com a tag #BolsonaroAoVivo, insuflado por uma campanha, que dizia: “Hoje Bolsonaro vai quebrar a Globo e a Internet vai cair”. As duas atrações começaram e terminaram quase simultaneamente. Jogo sujo, da pior qualidade.
Militantes de Bolsonaro, como a patética ex-funcionária de Veja, a hoje blogueira e socialite Joice Hasselmann, disseram que o capitão deu uma “banana” para a GloboNews, arrependido por sua péssima performance no Roda Viva. Na última terça, Bolsonaro reclamou da “insistência” dos jornalistas que o sabatinaram no programa da Cultura em questioná-lo sobre a ditadura militar, que defende. Não parece ser isso que está nos planos. A entrevista de Bolsonaro nesta sexta, 03, na Globonews, continua mantida. Fato é que a Globonews embarcou em um golpe e se mantiver a entrevista com o capitão espertalhão nesta sexta estará ampliando sua desmoralização.
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