Trump: um presidente em pânico

Donald J. Trump, o presidente da maior potência do mundo, está na corda bamba. Os americanos acordaram com a sensação de que estão assistindo mais um capítulo da novela “Watergate II”.

A pergunta que circula em Washington é a seguinte: a oposição tem os votos necessários para cassar Trump?

Primeiro, o Senado americano nunca na história demitiu um presidente.

Segundo ponto, os democratas têm a maioria na Câmara, mas os republicanos controlam a o Senado – e até agora eles demonstraram que são soldados da causa Trump.

Em terceiro lugar, uma parcela da imprensa e a maioria dos republicanos continuam distorcendo e encobrindo o que as evidências mostram – convencendo 35 a 40% dos americanos, juntamente com a maioria dos evangélicos, de que Trump é a vítima inocente de uma conspiração para arrancá-lo da Casa Branca.

Finalmente, o próprio Trump nunca renunciará voluntariamente, como fez Nixon. Ele mente e frisa que há uma conspiração para derrubá-lo.

O que vem acontecendo na Casa Branca assustaria até mesmo a escritora Glória Magadan. É simplesmente uma rede mentiras, intrigas e corrupção em todos os níveis. A ex-primeira da teledramaturgia no Brasil nunca imaginaria os bastidores (leiam-se redes de esgoto) de Washington (DC) desde que a família de “Lixo Branco” passou a ocupar o endereço mais cobiçado da capital americana.

O marido de Melania já provou ser um vigarista tarimbado, um demagogo de entretenimento capaz de semear tanta confusão e instigar tanto ódio e paranoia. Trump já sobreviveu inúmeros escândalos que levariam qualquer outro presidente para o ostracismo, ou até mesmo para a cadeia. A lista é longa: massacres em diversas cidades, crianças trancadas em gaiolas na fronteira, demissões e encobrimentos, insultos racistas, corrupção em todos os níveis da sua administração.

Diversos profissionais da área de saúde já diagnosticaram que o presidente dos Estados Unidos é um megalomaníaco maligno e intimidador, que mente como a maioria das pessoas respiram. O perigo é que Trump tem a habilidade de sugar o oxigênio de cada ciclo de notícias, exterminando qualquer oponente democrata.

A última pesquisa da FOX News revela que em cada cinco americanos, três acreditam que Trump está destruindo as instituições do país como presidente.

O último escândalo é a divulgação do documento em que fica claro que Trump solicitou ao presidente da Ucrânia que investigasse os negócios da família do provável candidato democrata de 2020 Joe Biden. A conversa obrigou a abertura de inquérito de impeachment por parte dos democratas no Congresso.

O caos é uma constante no governo Trump, mas nesta semana há sinais de um impulso muito mais raro: o pânico. As indicações vêm no comportamento do presidente, incluindo o seu discurso apático na Assembleia-Geral da ONU.

Analistas políticos frisam que inquéritos de impeachment são coisas imprevisíveis e mutantes, propensas a girar em direções inesperadas. O domínio do presidente sobre o ciclo de notícias se baseia em parte no controle do que é divulgado e quando, um poder que parece estar escapando de suas mãos e de seus assessores no momento.

Cada crise enfraquece um pouco sua posição, mas Trump conseguiu repetidamente sair de uma queda livre em situações que provavelmente abateriam um político menos ágil.

A crise da Ucrânia será o maior teste até agora de suas habilidades.

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