Entre facas e segredos

Não sabe o que ver durante a quarentena? Que tal Entre Facas e Segredos (Knives Out)? A autora faz uma resenha sobre a comédia, no estilo Agatha Christie, que ganhou o Globo de Ouro 2020

Hercule Poirot, de Agatha Christie

Um tributo a Agatha Christie. Uma verdadeira homenagem à popularíssima dama dos romances de mistério. É assim que resumo Entre Facas e Segredos (Knives Out), a premiada película lançada em dezembro de 2019 .

O filme arrebatou o Globo de Ouro de 2020 na categoria Melhor Filme Cômico, além de ter rendido as indicações de Daniel Craig, como melhor ator, e Ana de Armas, como melhor atriz, para o prestigiado evento. Recebeu também a indicação de melhor roteiro original no Oscar 2020, tendo vencido ainda a categoria de melhor elenco no National Board of Review.

A produção apresenta realmente um elenco memorável, reunindo Daniel Craig (o último James Bond), Jamie Lee Curtis (Um Peixe Chamado Wanda), Chirs Evans (o eterno Capitão América), Toni Collete (Pequena Miss Sunshine), o veterano Christopher Plummer e Ana de Armas (Sergio), entre outros.

Ana de Armas

Assim como nos livros de Agatha Christie, a trama reúne a família de Harley Thrombley, famoso e bem-sucedido escritor e editor de histórias policiais, em sua luxuosa mansão, para a comemoração dos 85 anos do patriarca. Na sequência do grande evento, somos surpreendidos com a morte do escritor em circunstâncias estranhas, o que torna todos os familiares e auxiliares diretos como “the usual suspects”, os suspeitos de sempre. Aqui, o ‘mordomo’ da história é substituído pela enfermeira/cuidadora sul-americana do magnata, interpretada pela ótima atriz cubana Ana de Armas.

Os fatos são investigados pelo inspetor da polícia local, auxiliado pelo detetive particular Benoit Blanc, interpretado por Daniel Craig, em ótima performance. Após ter sido celebrizado como James Bond (Quantum of Solace), Craig aparece totalmente verossímil em seu novo personagem, e parece recriar, também como tributo, a sua versão particular do detetive belga Hercule Poirot – mas sem os trejeitos, é claro -, criação máxima da dama do suspense.

Com um roteiro muito bem amarrado, a trama nos envolve com facilidade, brindando-nos com humor, ironia e olhar arguto para os preconceitos americanos e para as fraquezas da humanidade. Tramas familiares, inveja, hipocrisia, racismo, traição, usura, vingança. Os ingredientes perfeitos para uma boa história de

No mais, é se deixar levar pela sequência do roteiro, reviravoltas do enredo e desfecho surpreendente e bem amarrado.

Um bom, leve e despretensioso entretenimento para a sua quarentena.

Eliane de C. Costa Ribeiro é juíza do Trabalho aposentada (Tribunal Regional do Trabalho da 15ª. Região)

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