Desgastado, Ernesto Araújo pode ser substituído por Bolsonaro

Fontes do Planalto informam que Bolsonaro só não apertou o gatilho da demissão no Itamaraty por causa de apelos de seus filhos

Jair Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo - Foto Orlando Brito

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, entrou na linha de tiro do Presidente Jair Bolsonaro – que, como tem dito o Porta-voz do Planalto, Rêgo Barros, “é muito bom de pontaria”.

A demissão do Presidente da Agência Brasileira de Promoções de Exportação e Investimentos (Apex), embaixador Mário Vilalva, e o afastamento do embaixador Sergio Amaral, da Embaixada de Washington, feitos nesta semana por Ernesto Araújo, contribuíram para colocá-lo nesta posição indesejada.

Mas a insatisfação com o desempenho de Ernesto Araújo envolve outras trapalhadas, que acabaram prejudicando o  presidente da República em suas viagens ao exterior e o desempenho do próprio Itamaraty.

No primeiro caso, a mais emblemática falha de Ernesto Araújo que afetou o desempenho de Bolsonaro foi na sua viagem ao Chile. O Itamaraty não brifou e preparou as intervenções de Jair Bolsonaro na reunião da cúpula do Prosul, com presidentes de diversos outros países. As falas de Bolsonaro não tinham foco, informações e dados, o que acabou deixando o presidente mal na foto diante dos demais presidentes da República em reuniões reservadas.

O embaixador Sérgio Amaral, tido como pessoa competente por militares do Planalto para ficar em Washington, vai cuidar de um escritório em São Paulo. A mesma sorte não tiveram outros embaixadores que foram destituídos de seus postos no exterior e hoje são obrigados a dar expediente em uma sala do Itamaraty, onde nada têm a fazer.

É, no mínimo, um desperdício de recursos públicos e de experiência profissional num País que está cortando na carne para equilibrar suas contas.

Jantar na CNA com embaixadores de países árabes

A única atuação diplomática de impacto econômico nos últimos dias não teve o protagonismo do Itamaraty. O jantar do Presidente Jair Bolsonaro com 37 embaixadores Islâmicos de países importadores de alimentos do Brasil foi organizado pela Confederação Nacional da Agricultura e pelo  Ministério da Agricultura. Ambos estão preocupados com o impacto nas exportações do Brasil dos acordos feitos com Israel. As palavras de diálogo e manifestação de confiança nas relações de comércio foram de Bolsonaro e Tereza Cristina. Chamou a atenção dos embaixadores Islâmicos que o ministro Ernesto Araújo não disse uma só palavra.

Apesar de inúmeros alertas da área militar do Planalto de que faltam a Ernesto Araújo as atribuições para bem representar o Itamaraty e cuidar dos negócios do Brasil no exterior, informações de fontes do Planalto são de que Bolsonaro só não apertou ainda o gatilho por apelo de seus filhos.

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