Trump acalma mercados e queda na economia perde força

O mercado, aos poucos, vai se acostumando à ideia que o mundo terá uma desaceleração brusca, embora não se saiba ainda o tamanho da queda do PIB

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos - Foto: Shealah Craighead

O pânico na área da economia começa a passar. Isto foi possível depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar novas medidas de isolamento social e contenção do coronavírus, o que animou os mercados.

Os Estados Unidos devem manter sua quarentena até o final de abril, seguindo uma nova diretriz da Casa Branca. Com isto, a previsão catastrófica de que aquele País teria cerca de dois milhões de mortos, reduz-se para entre 100 mil e 200 mil mortos.

Esse número seria aceitável, dizem os observadores, entre 5% e 2,5% da população nacional. Até o momento, os norte-americanos contam com 142 mil infectados, quase o dobro dos doentes da Espanha e China, com 80 mil cada país. Entretanto, ainda não foi atingido o pico de infestação.

Por outro lado, os mercados estão ganhando confiança devido às medidas de apoio às economias anunciadas pelos governos. Por exemplo, no Brasil a totalidade dessas ofertas já alcançam a 415 bilhões de reais, ou seja, 5,7% do PIB. Nos Estados Unidos, o socorro chega a 10% do PIB. Isto gerou alguma calmaria nos negócios nesta segunda-feira.

Os agentes do mercado estão se conformando com a crise e, sem desmerecer seus efeitos, considerados os mais graves da História moderna, vão se acomodando à desaceleração. As previsões de queda estimadas pelos economistas diminuiu a tendência baixista caiu e a expectativa pessimista elevou-se um pouco, para um resultado negativo de, no máximo, 2,8% do PIB mundial. Esse é o número do dia, num ambiente de mudança constante de previsões. Seria assimilável.

Nesta segunda-feira, depois de uma semana de incertezas, as bolsas de mercadorias e de valores abriram com baixas moderadas, ou seja, dentro do figurino. A bolsa de ações de São Paulo (IBOVESPA), que já andou rondando os 61mil pontos (antes da crise andava acima de 100 mil), operava com 73.429, uma alta positiva do volume de negócios e de preços.

As notícias positivas: o suprimento de insumos para as lavouras está normalizado na indústria. Com isto, o agronegócio ainda não sinaliza contração, nem o abastecimento interno estaria ameaçado. A maior dificuldade tem sido na ponta, ou seja, os produtores em quarentena recusando-se a receber caminhoneiros com cargas de fertilizantes e defensivos.

Entretanto, ainda não foi sentida a falta de matérias-primas originadas da China, principalmente para os defensivos. Os maiores problemas seriam no segmento dos defensivos.

A indústria de fertilizantes brasileira não é tão dependente de insumos chineses quando os inseticidas. No entanto, de uma forma geral, 70 por cento dos insumos para as lavouras feitos no Brasil dependem de fornecimentos do exterior, tudo transportado por via marítima. Portos e tripulações de navios cargueiros ainda não estão sofrendo restrições consideráveis como os cruzeiros e outras embarcações de passageiros de rotas internacionais.

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