A eleição caminha para a volta da esquerda ao governo. Seja por meio de Fernando Haddad, produto dos péssimos indicadores sócio- econômicos do governo que emergiu do Impeachment, seja por Ciro Gomes, uma espécie de lulismo ficha limpa. Esta vai ser uma batalha épica que não está resolvida. Ocorre que qualquer um deles vai derrotar seu oponente de direita.
Alckmin é a agenda tucana tetra rejeitada e mais a traição às ruas do Impeachment.
Bolsonaro vai jogar a direita moderada e a esquerda não-lulista no colo de Haddad,
porque sua retórica é incompatível com 50%+1 dos votos. Além disso, o capitão é réu e cercado de suspeitas estranhas à imagem que propaga: há o caso do auxílio-moradia, as denúncias sobre multiplicação patrimonial etc. Seu guru pode ter sido beneficiado por uma suposta fraude e seu vice é acusado de direcionar compras governamentais. Seu telhado não é tão firme assim.
Boa parte do eleitorado que apoiou o Impeachment de Dilma (e que apoia a prisão
de Lula) sabe disso e esta é a razão pela qual o Sr Ninguém se mantém firme,
apesar da liderança de Bolsonaro. Amoedo é o liberal que o Brasil gosta de malhar como Judas. Meirelles é a cara do ocaso de Temer. Entre todos estes e a esperança de recuperar empregos com liberdade cultural… Sem desejo, apenas análise, o único que pode vencer a esquerda é Álvaro Dias, candidato do Podemos.
Ele ainda reúne as melhores condições de representar o “espírito do Impeachment”, que é a única força comparável à de Lula. Tem a ficha limpa, abriu mão de privilégios e não responde a nenhum processo. Tem o que mostrar sobre combate à corrupção: é autor do projeto que acaba com o foro privilegiado para 55 mil autoridades e do que garante na Constituição a prisão após condenação em segunda instância.
É um dissidente do establishment. Em 2002, por exemplo, foi expulso do PSDB por
assinar o requerimento da CPI da Corrupção em pleno governo FHC. Dias votou pelo Impeachment de Dilma, pela cassação de Eduardo Cunha e apoiou a denúncia contra Michel Temer. Os acordos que propõe com o Congresso giram em torno de revisar a Constituição para “refundar a República e substituir o atual sistema corrupto e ineficiente,
calcado na prática do balcão de negócios”.
Em outras palavras, num mar de incertezas, Dias pode “vender” a garantia de que
seguirá havendo punição para políticos e empresários corruptos. Esta é a essência do convite a Sérgio Moro para ser ministro da Justiça e tornar a Lava Jato política de estado.
Uma escolha superior a se armar para ter alguma chance contra “bandidos” de
diversas facetas. E com a autoridade de um gestor experiente, que foi eleito
governador do Paraná na onda das Diretas Já!.
Por isso, só quem pode levar a centro-direita a vencer a esquerda é Álvaro Dias.