Em agosto deste ano as queimadas na floresta amazônica chamaram a atenção do mundo inteiro, que vê a região como a última reserva ambiental do planeta. Por causa da retórica pouco preocupada em relação ao meio ambiente, o governo brasileiro passou a ser cobrado de forma incisiva por parte de líderes mundiais, ambientalistas e celebridades. O presidente Jair Bolsonaro, como não tinha o que mostrar para se defender, passou a disparar xingamentos a torto e a direito.
O presidente Francês, Emmanuel Macron, foi um dos principais alvos de Bolsonaro. Outro alvo preferencial foram as ONGs ambientalistas que atuam na Amazônia, acusadas, sem prova alguma, de envolvimento nos incêndios na floresta. A postura do presidente atraiu ainda mais criticas ao governo e criou uma situação complicada até mesmo para o agronegócio brasileiro, acusado de forma sistemática pelos seus concorrentes de destruir o meio ambiente.
Agora, a confusão volta à tona, depois que a Polícia Civil do Pará prendeu integrantes da Brigada de Incêndio Alter do Chão acusados de tocar fogo na floresta para depois serem acionados pelo poder público para auxiliar no combate às chamas. A polícia suspeitou dos brigadistas por causa das imagens e informações “privilegiadas” que teriam dos focos de incêndio.
De acordo com a polícia, as imagens eram usadas para fraudar doadores. As investigações ainda estão no inicio e não existe qualquer prova de que há o envolvimento de ONGs ambientalistas nos incêndios na floresta. O Greenpeace emitiu uma nota repudiando as prisões e acusando o governo do Pará de criminalizar os movimentos sociais e as ONGs que trabalham em defesa da preservação ambiental.
Apesar de toda controvérsia, Bolsonaro não perdeu tempo. Voltou a acusar as ONGs de atearem fogo na Amazônia para prejudicar a imagem do Brasil. Ao saber que o ator Leonardo DiCaprio teria doado dinheiro para ONGs que atuam na região, o presidente passou a atacar o ator e ativista ambiental.
“Agora, Leonardo DiCaprio é um cara legal, né? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia. Leonardo DiCaprio, você está colaborando com as queimadas na Amazônia”, disparou o presidente.
Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ainda não entenderam a importância da questão ambiental para o mundo, inclusive no mundo dos negócios. Hoje os países desenvolvidos, especialmente os países europeus, levam em consideração a questão ambiental antes de qualquer negociação.
Não é criminalizando ONGs e ativistas que o Brasil vai conseguir o respeito e a credibilidade que precisa perante o mundo, mas com atitudes concretas.