A reunião de Jair Bolsonaro com os presidentes do PSD, PSDB, PP e PRB foi o que todos já esperavam: fria e sem resultados concretos. Bolsonaro reconheceu que precisa “evoluir a conversa com os partidos” e prometeu criar um conselho político para ouvir os partidos. Disse ainda que vai abrir mais o governo às reivindicações do parlamento, mas não disse como e nem quando.
Os presidentes dos partidos já chegaram à reunião sem grandes expectativas. Não se frustraram. Apesar de reconhecer as deficiências na relação com o Congresso não houve qualquer sinalização mais efetiva de que haverá mudanças. Os dirigentes dos partidos disseram ao presidente que não queriam cargos, mas respeito. Eles relataram que deputados e senadores não conseguem sequer marcar audiências com os ministros. Com exceção dos políticos Onix Lorenzoni, Tereza Cristina e Luiz Henrique Mandetta, os demais sequer retornam um simples pedido de audiência.
A ida do ministro Paulo Guedes à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara ontem foi uma mostra da insatisfação do Legislativo com o governo. Alguns deputados avaliam que ele não deveria ter ido à CCJ, mas apenas a comissão de mérito. Mas por causa da pressão, acabou sendo obrigado a enfrentar as feras antes do tempo. Deu no que deu.
Nos corredores do Congresso o que se houve é o espanto com o pouco conhecimento político do presidente Jair Bolsonaro. E alguns até já avaliam que se a reforma da previdência não for aprovada, um terceiro processo de impeachment não está descartado. Munição para isso alguns integrantes do governo vem oferecendo fartamente.