– Olá, esse é mais um podcast IdealPolitik, especialmente para Os Divergentes.
– Nos aproximamos do Natal e de todos aqueles bons sentimentos que estão associados a ele, enquanto os políticos seguem culpando uns aos outros, a conjuntura, as forças ocultas. Todos querem ganhar as eleições municipais do ano que vem. Não vêem que por trás dos distúrbios no continente, não há esquerda, nem centro, nem direita, mas a insatisfação generalizada com os estabelecimentos políticos, só mudam as razões?
– Preparando a retórica para 2020, o governismo ressalta que o país vai entrando nos eixos, mas está ameaçado de ser incendiado por Lula. O centro, que o progresso registrado foi possível por ele ter equilibrado os extremos com responsabilidade econômica. A esquerda, que a recuperação econômica é insuficiente para resolver a precariedade dos empregos porque alimenta a desigualdade.
– No final, está o interesse em mover você como uma das peças desse xadrez. O inconsciente coletivo percebe isso, apesar de toda a intoxicação ideológica, razão pela qual a desaprovação do centro à esquerda e à direita, e destas entre si e contra o centro, faz com que nenhum campo ideológico e nenhum líder político seja realmente aprovado por toda a sociedade.
– Quanta distração! Quando tudo que as pessoas precisam é de amor. E de carne, claro. Vegetarianismo e veganismo é como a liberdade em países oprimidos por ditaduras. Não adianta explodi-la, com bombas e tanques, na cabeça das pessoas comuns. Quando a violência causa silêncio, nós devemos estar enganados, já cantava Dolores O’Riordan, em Zombie , dos Cranberries, um belo rock que fala de empatia e em como certas guerras existem apenas na cabeça de todos nós, plantadas como um vírus zumbi.
– Além dos compromissos que falamos no podcast anterior, os políticos podem despertar para isso, esquecendo dos jogos de manipulação de maiorias e minorias, como se todos pudessem estar sempre em um ou em outro lado.
– Presos às ideias como a dualidade ser amado ou ser temido, os políticos não fazem autocrítica, quando os erros deles povoam a imprensa diariamente, enquanto supõem que as massas estão apenas torcendo para o político predileto. Por que não assumem a responsabilidade e fazem autocrítica sem esperar pela do adversário? O poder da verdade em reconciliar establishment e sociedade é imenso e custa menos do que incendiar o país, decretar “AI-5” ou achacar o governo da vez à luz do dia.
– Não a autocrítica de erros táticos em 2018, na condução da economia aqui e ali, no Impeachment de Dilma Rousseff etc, mas a partir de antigas perguntas feitas, por exemplo, por George Harrison em outro grande rock, While My Guitar Gently Weeps como te desviaram, te inverterem e te corromperam? Como te manipularam e controlaram? Como te compraram e te venderam? – Se quiser, responda, em meditação honesta, as mesmas perguntas.
– Em toda a encenação sobre a prisão em segunda instância, porque nenhum político usa seu prestígio para apresentar uma proposta de comissão da verdade da corrupção? Você se contentaria em saber o que já sabe, conhecer a verdade e se libertar de julgar pessoas e não situações, ou ficaria mais tranquilo em escolher um ou dois políticos para demonizar?
– Por que esse espectro tão amplo de propostas de direita, do centro e da esquerda, não define seriamente o piso das condições de vida dos brasileiros, a se garantir em qualquer mudança de governo, para que o povo possa se distrair com as ideologias?
– Por que em vez de fotos desconcertantes para suas bases, como Bolsonaro e Toffoli, Lula e Maluf, Maia e Lula, não disseminam aquelas imagens com beijos entre inimigos pelas redes sociais?
– Não seria uma catarse bem melhor do que a que cerra fileiras por programas que nem sempre correspondem à ajuda correta, ou seja, a realmente necessária para o que as comunidades precisam, porque feitas em gabinetes e por organizações com linha pré-estabelecida?
– Quando as pessoas comuns chegam no nível que o Brasil vive hoje, vem junto a oportunidade do ponto de virada. O que fazer com o país neste momento que parece ser o mesmo timing, mas para todos nós?
– Minha percepção é que, entre a revolução conservadora, a comunista e a democracia que convive com a fome, há um farol melhor: aquele que, mesmo em condições adversas, fez escolhas corretas. Ele está ao seu lado, encarnado como um parente, amigo ou colega de trabalho. Você não precisa buscar isso em terceiros, pois cada ato nosso é único, assim como uma biografia inteira. Nem Lula, nem Rodrigo Maia, nem Bolsonaro são como você.
– Cuidemos com amor deles e de todos nós em nossa pequena comunidade que é o Brasil. A ideia de que o país é um emaranhado de leis, superestruturas e símbolos apenas lhe desviam do fato de que, mais cedo ou mais tarde, teremos de nos entender. Um caminho nos leva à política, o da responsabilidade, fonte da verdadeira liberdade. O outro, que a terceiriza, leva à guerra, o fim da liberdade dos que sofrerão por vencer e dos que sofrerão por perder.
– Time is politics,