17É numa campanha eleitoral que os candidatos sempre revelam aos eleitores aspectos surpreendentes e pitorescos de suas vidas. No caso de Affonso Camargo, que em 1989 concorria à presidência da República, a revelação foi seu lado musical. O ex-governador do Paraná e então senador pelo PTB, às vezes mostrava em seu programa do horário da propaganda eleitoral suas habilidades com um acordeão.
Doutor Affonso – que fora também ministro dos Transportes e deputado federal – respondia uma a uma as cartas de seus eleitores e algumas vezes, aparecia com sua sanfona de 120 baixos. Tocava valsas e boleros do cancioneiro popular. Porém, a performance de Camargo não rendeu nas urnas mais que 379.286 votos, o equivalente a 0,56 por cento do eleitorado. Ficou em décimo primeiro lugar entre os 22 candidatos. Lula e Fernando Collor de Mello passaram para o segundo turno. Collor foi o vencedor e tornou-se trigésimo segundo presidente do Brasil. Assumiu e, em 1992, deixou o Palácio do Planalto, depois do processo de impeachment.
Affonso Camargo faleceu em 2011, aos 82 anos, em Curitiba, sua cidade natal.
Orlando Brito