Toda vez que uma crise se avizinha ou mesmo acontece com seu protagonismo, o presidente Jair Bolsonaro usa como explicação remediadora uma paródia com os casamentos. Diz que assim como as relações matrimoniais, a política também tem seus momentos difíceis e para superá-los é necessário muita conversa e entendimento.
Nos últimos dias, porém, uma crise entre o próprio presidente da República e apoiadores do seu partido não terá como solução a sua teoria. Pelo que se está vendo, vai terminar em separação. E litigiosa.
O PSL, legenda pela qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente no ano passado, vive dias irreconhecíveis. Há conflitos entre as alas governista e intra-partidárias. E com um farto repertório de confusões: desconfiança, interesses, acusações, traições, flagrantes, gravações, boatos, espionagem. Demissões, nomeações, controle de caixa, candidaturas, processos, disse-me-disse.
São muitos, vários, os personagens e elementos desse momento do presidente à frente do governo. A começar por Jair Bolsonaro e seus três filhos, Eduardo, Carlos e Flávio. Luciano Bivar, Joice Hasselmann, Delegado Waldir, Major Vitor Hugo, Major Olímpio, Eduardo Gomes etc. Líderes, listas, filhos, senadores, deputados, juízes, ministros.
As cenas de abraços e sorrisos, afagos e troca de segredos que vemos nessas fotos feitas durante os até agora quase nove meses de governo, dificilmente voltarão a se repetir. Pelo que se calcula, ficaram para trás os tempos de paz.
A lua-de-mel de Bolsonaro com os parlamentares aliados parece estar chegando a um ponto final. Com o fim da relação, resta saber o quanto resultará de ressentimentos e mágoas.
