Túmulo do navegador português Pedro Álvares Cabral, comandante da esquadra que descobriu o Brasil. Cidade de Santarém, a 80 quilômetros de Lisboa.
Por ser Cabral um personagem importante no Brasil, imaginei ser famoso também em sua terra natal, Portugal. Eu queria que “Poder, Glória e Solidão”, livro sobre a política brasileira, tivesse como folha de guarda uma imagem surpreendente, que soasse inédita, mesmo se mostrasse um velho elemento da história. Achei que a foto do túmulo do nosso dileto Pedro Álvares Cabral era a adequada. Afinal, meu livro tratava do poder no Brasil. E o navegador, representa a gênese do nosso País.
Mal desembarquei no aeroporto Portela de Sacavém, em Lisboa, parti para Santarém. Ao chegar à antiga Igreja da Graça, tive a maior decepção. Ao contrário de encontrar um suntuoso mausoléu, deparei-me com um sepulcro sem nenhuma pompa. Sobre a lápide de mármore do nosso fidalgo descobridor, há uma simples citação.
Informa de maneira sucinta e sem emoção que ali jaz Pedro Álvares Cabral, cujos restos mortais lá só estão depositados pelo fato de o navegador ter-se casado, em torno de 1503, com a governanta-mor da infanta Maria, a donzela Isabel de Castro, filha de Dona Constança e Dom Fernando de Noronha, proprietários do jazigo.