A comediante Zezé Macedo, falecida em 1999.
Como foi — Jáder Neves, lendário fotógrafo da extinta revista Manchete, sempre dizia que não é necessário que tudo numa foto seja extremamente belo. O que não for bonito vai chamar a atenção de quem vê aquela imagem.
É, pode ser.
Um dos primeiros filmes brasileiros que assisti foi “Sinfonia Carioca”, em 1956, quando eu tinha seis anos e ainda morava em Belo Horizonte. Duas coisas são bem evidentes no filme: primeiro, a lindeza exuberante da atriz principal, Eliana Macedo. Segundo, a pouca formosura da coadjuvante Zezé Macedo.
Não se trata de nenhuma indelicadeza, mas de mera constatação visual. Embora seja inegável o bom desempenho de ambas, nesse filme a distância estética entre “Susana” e “Faustina” é grande.
Três décadas depois da primeira vez em que vi Zezé Macedo na tela do Cine Acaiaca de BH, eu a estava fotografando, no Rio, para a Revista de Domingo do antigo e bom Jornal do Brasil. E aí está a imagem de Zezé, candidamente feiosa, humor maravilhoso e extremamente talentosa. Figuraça.
Orlando Brito