No dia do aniversário de São Paulo, que nesta terça-feira (25/01) completa 468 anos, é bom lembrar do Mosteiro de São Bento, um dos seus edifícios históricos mais imponentes. Foi construído em 1600, nas terras onde havia a aldeia do lendário cacique da etnia tupi Tibiriçá, batizado pelo padre José de Anchieta, fundador da cidade.
Mesmo situado perto do Vale do Anhangabáu — local de trânsito mais agitado e ruas mais barulhentas da quarta maior metrópole do mundo — o Mosteiro de São Bento é também lugar ideal para as pessoas que desejam recolhimento e o melhor da música sacra. É uma ilha de tranquilidade frequentada até pelos não católicos.
De domingo a domingo, pontualmente às seis da manhã, ao meio dia, às cinco da tarde e às oito da noite, os monges se reúnem em coro para cumprir o ritual do canto gregoriano. É tradição seguida à risca na Basílica de Nossa Senhora da Assunção pelos regiliogos da congregação dos beneditinos, fundada na Idade Média.
Lado a lado, no centro da capela, os frades celebram a liturgia de entoar as Laudes, as Meridianas, as Vésperas, as Vigílias e as Completas. São orações cantadas, apropriadas para os fieis que buscam momentos de paz e adequadas para embalar a meditação. Como já dizia Santo Agostinho, “cantar é orar duas vezes”.
O Mosteiro de São Bento também é, para mim, fonte de imagens bem diferentes daquelas que ponteiam o meu cotidiano em Brasília, na atribulada cobertura dos lances da política. Morei na capital paulistana e estou sempre por lá. Nunca perco a chance de fotografar os religiosos nas chamadas horas canônicas, no ritual dos ofícios, em meditação e orações.
Orlando Brito