O Mosteiro de São Bento é um dos edifícios históricos mais imponentes de São Paulo, que hoje completa 468 anos. Foi construído em 1600, nas terras onde havia a aldeia do lendário cacique da etnia tupi Tibiriçá, batizado pelo padre José de Anchieta, fundador da cidade.
Mesmo situado perto do Vale do Anhangabáu — local de trânsito mais agitado e ruas mais barulhentas da quarta maior metrópole do mundo — o Mosteiro de São Bento é também lugar ideal para as pessoas que desejam recolhimento e o melhor da música sacra. É uma ilha de tranquilidade frequentada até pelos não católicos.
De domingo a domingo, pontualmente às seis da manhã, ao meio dia, às cinco da tarde e às oito da noite, os monges se reúnem em coro para cumprir o ritual religioso do canto gregoriano, uma das tradições da congregação dos beneditinos, fundada na Idade Média.
Lado a lado, no centro da capela, os frades cumprem à risca as horas litúrgicas de entoar as Laudes, as Meridianas, as Vésperas e as Vigílias. São orações cantadas, apropriadas para os fieis que buscam momentos de paz e adequado para meditar. Como diria Santo Agostinho, “cantar é orar duas vezes”.
O Mosteiro de São Bento também é, para mim, fonte de imagens bem diferentes daquelas que ponteiam o meu cotidiano em Brasília, na atribulada cobertura dos lances da política. Quando estou em São Paulo e sempre que posso, arranjo um tempinho para ir lá fotografar algo mais ameno.
Orlando Brito