Se algo não faltou em 2021 foi notícia. E mortes em decorrência da pandemia da Covid-19. Não é para menos. O Brasil soma até agora mais de 620 mil óbitos. E no mundo inteiro, o número ultrapassa a cinco milhões de vidas perdidas, vítimas do Coronavírus. Imagine a intensidade do sofrimento e o quanto se chora pela perda de entes tão queridos. Amigos, parentes, desconhecidos, ricos e pobres.
Mas voltando a atenção para o nosso país, relembremos a quantidade de personagens que pontearam o noticiário das tevês, jornais, revistas, rádios, páginas da Internet etc. Um desses nomes tinha endereço: o Ministério da Saúde. E o seu titular era o general Eduardo Pazuello, que assumira como substituto de dois antecessores na pasta do governo de Jair Bolsonaro.
No mês de março, diante do crescente volume de problemas com a saúde da população, aconteceu o que se esperava, sua saída. Não resistiu às pressões e críticas de vários setores da sociedade à sua gestão incapaz de por em prática um esquema eficiente de vacinação e atendimento aos infectados pela Covid. A gravidade da situação resultou na instalação de uma CPi no Senado para apurar quais autoridades tinham responsabilidade direta com trato do governo na pandemia. Eduardo Pazzuelo, agora ex-ministro, foi depor perante os parlamentares.
Até hoje não se sabe ao certo se Pazuello saiu ou foi saído. O certo é que foi substituido no cargo pelo atual ministro, Marcelo Queiroga. Antes de sua demissão, Bolsonaro fez uma live elogiando-o. Disse que o general “fez um brilhante trabalho”. Na mesma fala, o presidente defendeu novamente o chamado “tratamento inicial”, aquele composto por medicamentos não reconhecidos pela ciência como eficaz para enfrentar a Covid. A Cloroquina, por exemplo.
A realidade é que em março, Eduardo Pazuello deixava o Ministério da Saúde. Atualmente ocupa uma função de assessoria militar no Palácio do Planalto. Meses antes em um encontro com Jair Bolsonaro no Hotel de Trânsito do Exército em Brasília, em nome de defender os conceitos do presidente para o enfrentamento do vírus, o general disse ao capitão uma frase que entrou para sua história:
— Um manda e o outro obedece.