Presidência da Câmara – Começa a corrida para a sucessão de Cunha

Jarbas Vasconcelos, Miro Teixeira, Rogério Rosso e Heráclito Fortes

A máxima “rei morto, rei posto” pode se aplicar perfeitamente ao momento que vive o Legislativo, com o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara Federal em decorrência do processo que tramita contra ele no Supremo Tribunal Federal. O substituto de Cunha, em sua condição de interino, Waldir Maranhão, deve convocar eleição para escolher o novo presidente da Casa em cinco sessões. Ou seja, em breve.

Já tem gente apostando em vários nomes. Vários. Evidentemente, o eleito sairá do resultado de uma conta de muitas parcelas. Articulações e acordos estão em pleno curso, principalmente com Michel Temer, iminente sucessor de Dilma Rousseff no Planalto, caso seja mesmo aprovado o impeachment da presidente. Há conversas nos bastidores para construir solução para o tema, por exemplo, de uma candidatura do PSDB com apoio do PMDB. Porém, alguns parlamentares são cogitados para ocupar a cadeira que seria de Eduardo Cunha. E o DEM e outras siglas? Não se pode desprezar as surpresas. O certo é que quatro desses vários nomes são já muito considerados:

Jarbas Vasconcelos – Histórico peemedebista, um dos fundadores do Grupo Autêntico do velho MDB, ex-senador, ex-governador de Pernambuco, foi ainda prefeito de Recife. Amigo de Ulysses Guimarães e Miguel Arraes. Um dos líderes do Movimento Diretas-Já, que levou milhões de brasileiros às ruas e aos palanques nos anos 1980, nos fins do regime militar, ao lado de Franco Montoro, Tancredo Neves, Pedro Simon e Teotônio Villela, entre outros. Advogado formado pela PUC de Recife, nasceu em 22 de agosto de 1942.

Miro Teixeira – Veterano deputado de 11 mandatos, carioca, conhecedor profundo do Regimento Interno da Câmara Federal, jornalista e advogado. Aos 71 anos, cultiva boas relações com os parlamentares, inclusive no Senado. Já pertenceu ao MDB, PMDB, PP de Tancredo Neves, PDT de Brizola, PPS de Roberto Freire, do PROS e, agora, filiado à Rede Sustentabilidade de Marina, foi ministro das Comunicações no primeiro período de Lula da Presidência. No governo Sarney, foi Secretário da Administração Federal.

Heráclito Fortes – O piauiense Heráclito Fortes foi deputado da Constituinte de 1987/88. Prefeito de Teresina, já exerceu mandatos de deputado federal e senador por seu estado. Considerado veterano e experiente parlamentar, era um dos homens que privavam da seleta companhia dos doutores Ulysses e Tancredo. Famoso como bom negociador e de ótimo relacionamento com seus pares, tem 65 anos. Novamente com cadeira na Câmara, agora pelo PSB, é outro personagem levado em conta para a presidência, no lugar de Cunha.

Rogério Rosso – Embora esteja em seu primeiro mandato e pertencer a um partido considerado não grande, o PDS de Kassab, é um dos parlamentares em quem muita gente aposta suas fichas por ter tido boa atuação como presidente da comissão que debateu o processo de adoção na Câmara do impeachment de Dilma Rousseff. Carioca de nascimento, tem hoje 47 anos. Chegou à capital federal com um ano de idade. É advogado e, em casa, curte tocar guitarra. Foi administrador da Ceilândia, cidade-satélite brasiliense, e governador do Distrito Federal durante meses.

 

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