O cacique da etnia xavante Mário Juruna foi o primeiro índio a eleger-se deputado federal no Brasil. A idéia de sua candidatura partiu de Leonel Brizola e Darci Ribeiro, líderes do PDT do Rio.
Juruna ganhou a atenção da mídia ainda na década de 1970, quando percorreu os corredores da FUNAI e vários órgãos federais munido de um gravador no qual registrava a voz das autoridades que prometiam solução para a questão da demarcação das terras indígenas.
Eleito por um mandato, o capitão Mário teve atuação discreta. Afastou-se de sua tribo e não conseguiu reeleição. Mudou-se definitivamente para Brasília, onde morreu, em 2002, em decorrência de diabetes e hipertensão.
Como foi – Fotógrafo da revista Veja, fui destacado para fazer matérias com vários parlamentares eleitos para a legislatura de 1983 a 1987. Um deles era o capitão Mário Juruna, meu velho conhecido desde os tempos em que eu trabalhava no Globo e o acompanhei à sua aldeia quando voltou para dar notícias aos seus comandados de suas andanças na Capital.
No dia da posse de seu mandato parlamentar, Juruna fez questão de uma pose ao lado de Doralice, sua esposa. O cacique tinha apreendido muitos hábitos dos brancos. Porém, não sabia ainda dar o nó na gravata. Evidentemente, resolvemos facilmente a questão.