“Muito preocupante”. É como a OMS-Organização Mundial de Saúde classifica a ameaça de nova onda da Covid-19 na Europa e em países de outros continentes. Mesmo com a palavra de especialistas no assunto, infectologistas e epidemiologistas, de que pode não ser verdadeiramente um retorno maciço do surto global, a instituição afirma que o problema requer toda atenção.
No primeiro semestre, o número de internações e mortes em decorrência da pandemia do Coronavírus levou os governantes a decretar regimes de quarentena e isolamento social. Mas com o aparente decréscimo de contaminações e a pressão de vários setores, decidiram pela flexibilização das medidas para conter o avanço da Covid.
Agora nesse mês de outubro, com a reabertura do comércio, escolas, museus, a circulação de pessoas etc, verifica-se o crescimento de novos casos de contágio pela Covid, em torno de 800 mil. Em consequência, autoridades de governo e sanitárias reeditam nova lista de cuidados e medidas para proteger os cidadãos.
Na França, por exemplo, o presidente Emmanuel Macron volta a impor toque de recolher nas grandes cidades, além do fechamento bares e restaurantes. Médicos e servidores da área de saúde fazem protesto exigindo melhores condições de trabalho nos hospitais. Em Portugal, o primeiro-ministro Antônio Costa anunciou que o país entra em “situação de calamidade”, com a proibição de festas e aglomeração de pessoas e até estabeleceu multa de dez mil euros para os infratores das novas regas.
Na Alemanha, Ângela Merkel restringe a aglomeração de pessoas até o fim do ano, além de os viajantes que desembarcarem no país terem de cumprir quarentena de 14 dias. No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson, que contraiu a Covid no primeiro semestre, nessa semana foi à tevê para falar aos ingleses das novas medidas, que são várias. Ente elas, a suspensão do funcionamento dos famosos pubs e o distanciamento de dois metros entre as pessoas.
Na Espanha não é diferente. O governo determina, entre outras medidas, que os eventos festivos familiares não podem reunir mais que seis pessoas. E determina também o uso de máscaras nos transportes públicos, como ônibus e metrô.
Na Itália, novo recorde de infecções. Por isto, o uso das máscaras igualmente passa a ser obrigatório em todos os lugares. Até as festas não são mais permitidas, com exceção para as cerimônias de casamento, ainda assim com a limitação máxima de trinta convidados. Proibidas, portanto, as baladas noturnas. Dezoito deputados e senadores testaram positivo nos exames, o que força o fechamento do parlamento por tempo indeterminado.
Medidas de precaução para proteger a população se estendem também à Bélgica, Grécia, Irlanda, Suécia, República Checa, Polônia e Dinamarca. A Áustria, mesmo com poucas vítimas, aderiu às recomendações dos demais países da Comunidade Europeia e passa agora a regular horário de funcionamento do comércio e entra em campanha para permanente higienização das mãos e uso de máscaras. O governo da Suíça passa a não permitir, pelo menos até o fim do inverno, reuniões com mais de doze pessoas. Também os governantes da Holanda tomam medidas com o mesmo objetivo. As maiores cidades do país, procuradas por turistas — Amsterdã, Haia, Utrecht, Roterdã, Haarlem e Leiden –, passam a ter restrição para o número de pessoas em restaurantes e hotéis.
Nas Américas, a Covid continua a ser preocupante. A Argentina agora é o quinto país do mundo nos casos de contaminação, aproximadamente 950 mil, e 25 mil vítimas fatais. O Peru não obteve ainda sucesso no combate à Covid e torna-se um dos países com maior taxa proporcional de vítimas. No Chile — em meio à crise política entre governo e manifestantes — as autoridades sanitárias tentam cercar de cuidados a população contra o risco de contaminação. Até cães treinados pela polícia estão sendo usados para detectar o vírus.
Às vésperas das eleições presidenciais, os Estados Unidos seguem com o drama da Covid, com número de mortos que chega a 220 mil. E o número de casos de Covid é crescente. Até mesmo o presidente Donald Trump foi hospitalizado após contrair o Coronavírus.
No Brasil, o número de óbitos se aproxima de 154 mil.
Todos os países e pessoas à espera e torcida para que os cientistas concluam e ponham à disposição de todo o mundo vacinas eficazes para conter a Covid-19.