Temos visto o farto noticiário sobre a variação e o descontrole do meio-ambiente em várias regiões do planeta. Lugares de clima tradicionalmente ameno têm levado sofrimento às populações com temperaturas altas, fora do comum. E, ao contrário, em outras áreas, extremamente baixas.
Em alguns países da Europa, por exemplo, os termômetros registram marcas que chegam a 45 graus. Noutros lugares habitualmente quentes, chegam a abaixo de zero. Segundo os estudiosos do assunto, são os efeitos assustadores do aquecimento global. Gravidade à parte, lembrei-me de um episódio bem humorado por que passei, quando fui fazer cobertura da Conferência Mundial do Clima, a COP-15, em Copenhague, há exatos dez anos.
Repare nessa foto: é de uma fazenda situada na beira da estrada que liga a cidade de Helssingborg, na Suécia, a Copenhague. Com a temperatura 4 graus negativos, a neve cobre o solo por onde passam os postes e os fios que conduzem a energia gerada pelas usinas termo-elétricas.
Os hotéis de Copenhague não foram o suficiente para acolher todos os participantes da conferencia sobre mudanças climáticas da ONU, a COP-15. Grande parte dos palestrantes, cientistas, ambientalistas, observadores, técnicos em meio-ambiente, funcionários de governos, manifestantes, jornalistas – o meu caso – teve de procurar abrigo nas cidades vizinhas.
Como não encontrava hospedagem na capital de dinamarquesa, o grupo de brasileiros do qual eu fazia parte teve que buscar abrigo na simpática cidadezinha de Helssingborg, na Suécia, distante 100 quilômetros de Copenhague. Diariamente fazíamos de ônibus o trajeto de ida e volta até o Bella Center, local do evento.
Numa manhã, no caminho de Helssingborg para Copenhague, observando o visual forrado pela neve ao longo da estrada, fiz essa foto aí. Um colega lusitano, de um jornal de Lisboa, sentado ao meu lado no ônibus, ao ver a imagem do gelo tomando conta da paisagem no visor de minha câmara digital comentou:
– É… é o aquecimento global!