A semana promete ser movimentada no escritório de transição do atual para o futuro governo. Jair Bolsonaro desembarca em Brasília nessa terça-feira e irá dedicar sua agenda para receber parlamentares de vários partidos, de todos os estados e das bancadas setoriais na Câmara e no Senado, já pensando em formar confiável base de apoio no Congresso para os projetos que em breves meses serão lá votados.
Nessa segunda-feira, o deputado Onyx Lorenzzoni, que será ministro da Casa Civil da Presidência da República, fez um “desenho” de como será a estrutura do primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro, que tomará posse em 1o. de janeiro de 2019. Serão, a princípio, 20 ministérios, além do Banco Central e da Advocacia-Geral da União e secretarias de apoio direto ao novo presidente.
No Palácio do Planalto ficarão o general Augusto Heleno, à frente do Gabinete de Segurança Institucional. Também o general Santos Cruz, da Secretaria Especial, que ficará com a coordenação dos PPIs-Programas de Parcerias e Investimentos. E, claro, o vice, general Hamilton Mourão, que segundo Onyx, dará especial colaboração aos projetos governamentais.
Ainda nessa semana começarão as reuniões de trabalho das equipes que irão debruçar-se sobre problemas da máquina pública para avaliar problemas e apresentar soluções. E também conversas com parlamentares que não foram reeleitos e deverão tomar parte de equipes de auxílio na relação do Planalto com o Congresso.
Onyx lembrou que a Economia, já definida sob o comando de Paulo Guedes, estará em um só ministério que reunirá a Fazenda, o Planejamento, Indústria e Comércio e o Trabalho, que será desmembrado em três. O Ministério da Justiça, cujo titular será o juiz Sérgio Moro, ficará com outras partes do Ministério do Trabalho, a autorização para abertura de novos sindicatos e a fiscalização de trabalho escravo. Também ficarão com Moro, órgãos ligados ao combate à corrupção.
A Secretaria de Comunicação Social estará a cargo de Gustavo Bebiano, que terá status de ministro e também ficará no Palácio do Planalto. A SECOM cuidará principalmente da divulgação e difusão fatos referentes aos ministérios e demais órgãos do governo.
A comunicação relativa às atividades de Jair Bolsonaro ficará a cargo de uma equipe específica que ainda está sendo definida, mas com certeza seguirá priorizando a interlocução do presidente com a população por meio das redes sociais. Ainda não se sabe se haverá ou não a figura do porta-voz.
Indagado sobre a ida para o governo do senador capixaba Magno Malta, Lorenzzoni disse que o presidente pretende contar com a participação de parceiros que estiveram com ele na campanha, desde que caibam dentro dos projetos. Repetiu que acabou-se o tempo do “toma lá, da cá” porque o espírito do novo presidente é de respeito ao compromisso que assumiu com os 57 milhões de eleitores que, segundo ele, desejam nova relação do poder com o povo. E ainda referindo a Bolsonaro: — Deus escolheu o mais improvável dos homens para nos governar.
Em relação à Reforma da Previdência, Onyx Lorenzzoni ponderou que é preciso ter prudência e que quando for o momento ela será posta, “como tem dito o presidente Bolsonaro, respeitando o direito das pessoas“. No final de sua apresentação, revelou que a FUNAI-Fundação Nacional do Índio, será deslocada do Ministério da Justiça para o da Agricultura. Porém, fez questão colocar que esta decisão ainda não está definida.