O Twitter de Trump e o efeito Obama

A carga de informação que uma fotografia contém é enorme, porém finita. Mas o volume de interpretações que ela traz é infindável. Por isto, é importante observar com atenção as imagens porque por detrás de uma foto pode-se enxergar muito além e chegar a um punhado de compreensões. Ainda mais sendo você uma pessoa preocupada em estar atualizada com tudo que acontece.

Internauta inveterado e inserido no mundo das redes sociais, sou uma das mais de 51 milhões de pessoas que conferem diariamente o Twitter de Mr. Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos. E foi justamente quando acessei sua página na Internet que me deparei com essa fotografia. E ela nos remete a uma interessante constatação.

Sabe-se que as Forças Armadas dos Estados Unidos têm  – e sempre tiveram – negros em suas mais altas patentes. Não só soldados. Mas também generais, almirantes e brigadeiros. Não é novidade somente no Exército, Marinha e Aeronáutica, mas em toda a sociedade americana. Aliás, atualmente os comandos de vários órgãos de extrema importância militar para os Estados Unidos estão sob responsabilidade de oficias negros do alto escalão. Relembre-se do general Colin Powel, que chegou a ocupar o importante cargo de Secretário de Estado do país no governo George W. Bush, e esteve à frente das tropas na Guerra do Golfo, em 1990 e 1991.

Pois bem. Dias atrás, Donald Trump compareceu à tradicional Academia Militar de West Point para participar da formatura de novos cadetes que irão servir às Forças Armadas americanas. No Brasil, digamos, o equivalente é a Academia Militar de Agulhas Negras. No escritório principal da escola, uma pausa para a costumeira pose do presidente com os novos tenentes que ingressam na carreira, ladeados. Essa foto aí, que está no top do Twitter de Mr. Trump.

O presidente Barak Obama passa em revistas as tropas ao chegar à Academia de West Point. 29 de maio de 2014. Foto Spencer Platt

E é justamente aí que nos salta aos olhos o detalhe que chama atenção na imagem: o número de negros na turma de formandos. Uma coincidência? Talvez. Pode ser. Mas é uma realidade que a foto revela. A interpretação é direta: o efeito Barak Obama.

Depois que Obama chegou, eleito pelo povo, à presidência de seu país, quebrou-se a barreira de um negro, como ele, aceder a postos antes não alcançados.

No Brasil, a batalha pela ascensão e conquistas de classes, e a inclusão social é grande. Estamos às vésperas de uma eleição presidencial. Será que o eleitorado brasileiro, diante do quadro de vinte possíveis (pré) candidatos ao Palácio do Planalto já pensou nisso, no efeito Obama?

 

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