No próximo domingo, dia 15 de novembro, mais de 147 milhões de brasileiros irão às urnas para escolher os prefeitos e vereadores de 5.570 municípios.
Cada canditado poderá saber na mesma noite se foi eleito ou não. Bem ao contrário das eleições americanas, que não possuem o sistema de votação eletrônica e, em consequência, os resultados podem demorar e gerar controvérsias quanto à validade das cédulas que chegam por meio dos correios, como vemos agora na intrincada disputa pela Casa Branca entre Joe Biden e Donald Trump. Difícil compreender como uma democracia do tamanho da dos Estados Unidos tenha sistema de votação tão lento, complexo. Antiquado.
Interessante… Observando a confusão dessa eleição presidencial americana, fica a impressão de que lá há 50 eleições para os postulantes à Casa Branca. Uma em cada estado.
No Brasil, é realmente simples e fácil cumprir o dever e o direto de votar. Moderno, moderníssimo. E hoje mais ainda, com a adoção do formidável método de reconhecimento de cada votante pela biometria digital. O site do Tribunal Superior Eleitoral tem acesso fácil na Internet e tanto candidatos quanto eleitores podem tirar dúvidas e obter informações sobre tudo do momento do voto: quem é candidato, onde ficam os locais de colha de votos, horários, dados sobre os concorrentes e, agora em tempos de pandemia da Covid, orientações para a hora de apertar o botãozinho da urna eletrônica.
Nas capitais e cidades de grande população, a campanha tem características bem diferentes da dos pequenos municípios, particularmente os candidatos à prefeitura. São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, com oito milhões de eleitores. E assim — como o Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador etc — os concorrentes têm a seu dispor no horário gratuito regulado pelos tribunais Federal e regionais espaço e tempo para que possam expor com maior detalhamento suas propostas. As tevês, rádio, jornais e sites da Internet promovem debates entre os postulantes à vitória.
Bem diferente, por exemplo, da pequenina Serra da Saudade, no interior de Minas Gerais, cuja população é de apenas 781 habitantes. E tantas outras cidazinhas cidades espalhadas pelos 26 estados da federação, lembrando que no Distrito Federal não há eleição municipal. Evidentemente, com a enorme quantidade de candidatos, especialmente para as câmaras de vereador, as regras são mais exíguas. Ainda assim, nenhum fica sem apresentar-se ao eleitor. Cada um mostra-se num “santinho” eletrônico. Com sua foto, seu nome, partido e slogan.
Muitas vezes nosso olhar e atenção ficam voltados somente para os candidatos das grandes cidades, nomes famosos, consolidados no meio político, caciques de partidos. Em São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, as pesquisas indicam as chances de reeleição de Bruno Covas e Alexandre Kalil. O mesmo não acontece no Rio de Janeiro, com o pastor Marcello Crivella, aliado de Jair Bolsonaro, com performance muito aquém de suas expectativas. Há, porém, nomes novos que sonham comandar prefeituras. É o caso de Recife, com os jovens João Campos e a prima Marília Arraes. Não se pode esquecer, contudo, que o Brasil não é somente as metrópoles, estende-se também às cidades de porte médio e pequeno.
Vale recordar que os homens são minoria na população brasileira, 49 %. Porém, dos 545 mil concorrentes a prefeito e vereador nessa eleição, 180 são do sexo feminino. Ou seja, aproximadamente um terço. Com exceção de Belém, São Luís e Manaus, todas as demais capitais terão mulheres como candidatas.
Todas são eleições parecidas, com cada candidato escolhendo maneira própria para conquistar o eleitor. Com discurso, propostas, retórica e modelo visual. Pode parecer apelação, folclore ou algo assim. Mas é preciso ressaltar que, de todo modo, representam conquista democrática. Ainda mais no Brasil. Tomara que todas as cidadãs e cidadãos eleitos tenham consciência do papel que lhes cabe: zelar daqueles que os elegeram e cuidar dos problemas de suas comunidades, as aflições da população, desemprego, transporte, educação, violência e bem-estar. Ainda mais em tempos da pandemia da Covid.
Veja os “santinhos” e o jeito de fazer campanha dos candidatos nessa e em outras eleições:
Orlando Brito