Há 50 anos, o jovem compositor, jornalista, escritor, roteirista e produtor cultural Nelson Motta, então com 24 anos, fala sobre direitos autorais numa das comissões da Câmara dos Deputados. Como foi – 1968 deu início a várias transformações políticas e sociais não somente no Brasil, mas também mundo a fora. Foram quebrados vários tabus e comportamentos da sociedade. Predominou o confronto ideológico entre capitalismo e socialismo. Direita e esquerda. Muita turbulência. Começou com a barbárie da morte do estudante Edson Luis de Lima Souto, no Rio. Durante o curso de 1968 aconteceram a repressão das forças do governo às manifestações a favor da liberdade, a censura à imprensa, as passeatas nas ruas contra o regime militar, a prisão de centenas de militantes políticos, etc. E terminou com a emissão do AI-5 – intervenção na Constituição que permitia ao presidente legislar sem a necessidade do Congresso que, aliás, foi fechado em dezembro daquele ano. Enquanto esteve aberto, o Parlamento discutiu vários temas. Um deles foi a questão dos direitos autorais. E foi justamente sobre esse tema que Nelsinho veio discorrer. Estou revendo todas as fotos que fiz para um livro que vou publicar em breve. Não deixei, portanto, de pesquisar tudo que produzi 1966 para cá, inclusive aquelas do período em que eu trabalhei no jornal O Globo. Passando por essa aí, resolvi publicá-la aqui. A foto contém detalhes bem próprios daquele tempo: o gravador do jornalista era do tamanho de uma caixa de sapatos, fumar não era proibido em nenhum lugar, assim como usar paletó de seis botões e gravata fina era super atual e inovador. Lembro-me como hoje. Ah, repare na mão direita de Nelson Motta, além do cigarro entre os dedos, está uma aliança. Devia estar noivo. |
Nelson Motta – Meados de 1968, portanto há 50 anos
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